Reinaldo: Kamala tem grandes chances se souber incorporar discurso moderado

O colunista Reinaldo Azevedo disse no Olha Aqui! desta segunda (22) que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, pode vencer Donald Trump nas eleições se adotar uma posição mais moderada. O presidente Joe Biden desistiu da disputa eleitoral e endossou sua vice a se candidatar. Ela ainda não se pronunciou sobre a possível corrida à Casa Branca.

O temor que se tem é que a Kamala seja identificada com uma posição excessivamente à esquerda, à esquerda do que o próprio Obama representava, e que isso facilite o trabalho do Trump. Mas, também aí, com uma campanha bem-feita, se ela tiver com o apoio de pessoas moderadas, deixando claro que não é isso, que ela não vem pra fazer a revolução nos Estados Unidos, que ela não é uma disruptiva — disruptivo é o Trump, ele é disruptivo da democracia pelo caminho da direita — se ela souber encarnar o discurso moderado, pode sim, a chance é grande [de vencer as eleições presidenciais nos EUA]. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo lembrou que Kamala já tem apoios importantes entre os democratas, o que aumenta suas chances contra Donald Trump.

Há moderados importantes apoiando. O Shapiro [Josh Shapiro, governador da Pensilvânia] é um deles. Agora o Gavin Newsom, que é o governador da Califórnia. O casal Clinton, que está longe de ser revolucionário. Acho, sim, que as chances se abrem.

Claro, o Trump está com mais medo hoje do que ele estava até sábado. Até sábado ele estava com mandato assegurado. Não está mais, embora a coisa seja difícil. Mas, por outro lado, insisto, do ponto de vista do eleitorado em si, talvez menos difícil do que a gente imagina. A questão é como vai se dar nos estados que definem a eleição. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Kamala deve se inspirar em Obama

Reinaldo disse que, assim como o presidente Barack Obama, Kamala Harris deve usar um discurso centrista.

Sem dúvida nenhuma, Obama era negro. Sem dúvida nenhuma, o Obama tinha um pai africano, mesmo, nascido num país africano. Sem dúvida nenhuma, ele representava uma mudança importante de padrão dos Estados Unidos. Nós temos 54% da nossa população negra — usando nossa denominação do IBGE — entre pretos e pardos. Mas, nos Estados Unidos, os pretos e pardos são 13%. E você eleger um presidente negro nessas circunstâncias... o Obama soube fazer o discurso do centro.

Em nenhum momento, ele estava concorrendo com alguma coisa parecida com o Trump, eram pessoas decentes (...). Mas, ainda assim, em nenhum momento o Obama representou qualquer ameaça ou havia uma pontinha que ele vinha pra fazer uma retaliação, uma reparação. Não, ele era o presidente de todos os americanos, se oferecendo para ser o presidente de todos os americanos. Acho que a Kamala tem que procurar esse lugar no discurso, que seja essa posição centrista. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

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