Conteúdo publicado há 3 meses

Venezuela: quais países vão mandar representantes para as eleições

Entre confirmações, desentendimentos e cancelamentos, a um dia das eleições venezuelanas, observadores internacionais se preparam para o pleito no país sul-americano. O governo de Nicolás Maduro afirma que mais de 600 autoridades do exterior vão acompanhar a votação — incluindo representantes Brasil, Estados Unidos, China e Rússia.

O que aconteceu

A um dia do embate presidencial na Venezuela, o país acumula desentendimentos internacionais. Para a observação diplomática, muitos países foram barrados, e até a União Europeia foi desconvidada de acompanhar a eleição.

O pleito pode marcar a reeleição do presidente Nicolás Maduro ou a chegada ao poder de Edmundo González Urrutia. O embaixador ganhou força após a desidratação do atual presidente, que já não conta com a mesma popularidade de Hugo Chávez, que o antecedeu. Além das opções prováveis, outros oito candidatos almejam a Presidência da Venezuela. Aproximadamente 21 milhões de venezuelanos devem ir às urnas.

Ministro diz que sistema eleitoral venezuelano é transparente. Em meio a desconfianças internacionais e pronunciamentos contundentes de Nicolas Maduro, afirmando que pode acontecer "banho de sangue" caso não seja eleito, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse em pronunciamento que o "sistema eleitoral foi construído para garantir maior transparência possível".

Problema diplomáticos

Na sexta-feira (26), um avião saindo do Panamá com ex-lideranças de vários países foi impedido de voar à Venezuela. O grupo com representantes do próprio Panamá, além do México, Bolívia e Costa Rica, disse que foi orientado a desembarcar, pois não tinha a permissão para partir. Maduro havia fechado as fronteiras da Venezuela poucas horas antes, às vésperas das eleições.

Celso Amorim vai representar o Brasil. O assessor especial da Presidência viajou para a Venezuela após um impasse diplomático provocado por declarações de Maduro sobre o sistema eleitoral brasileiro. O Tribunal Superior Eleitoral chegou a cancelar a visita de técnicos nacionais ao país vizinho, mas Lula incentivou a presença de observadores em território venezuelano.

Diante das falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmam as autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos.
TSE, em nota

Histórico parceiro chavista, Alberto Fernández, ex-presidente argentino, não estará na Venezuela para as eleições. Após declarações de Fernandez a uma rádio onde defendeu "respeito ao processo democrático" no país e assinalou que Maduro deve aceitar o resultado em caso de derrota nas eleições, o ex-chefe do executivo argentino foi desconvidado.

Continua após a publicidade

Colômbia também foi alvo de comentários sobre seu processo eleitoral. O ministro das Relações Exteriores do país, Luis Gilberto Murillo, por sua vez, indicou que a democracia deve ser respeitada e deu como incerto o resultado no país vizinho. O chanceler alegou problemas na agenda oficial colombiana para não enviar observador para a eleição venezuelana.

Há dois meses, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela barrou a União Europeia. Rotulando o bloco como "desrespeitoso" com o país, o órgão eleitoral retirou o convite para observadores do grupo.

Os EUA estarão representados nas eleições venezuelanas pelo Carter Center. A organização sem fins lucrativos foi fundada em 1982 pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter e descreve como missão a promoção da paz e dos direitos humanos.

Entre as organizações convidadas pela Venezuela para acompanhar o pleito estão: Celac (Comunidade de Estados e do Caribe), Caricom (Comunidade do Caribe), Uniorec (União Interamericana de Organizações Eleitorais) e União Africana.

Presença de observadores internacionais visa legitimar o processo eleitoral. Historicamente, nações do mundo se prontificam a acompanhar eleições para tentar garantir transparência e prevenir fraudes nas eleições, além de promover relações diplomáticas e tentar repreender possíveis represálias de candidatos derrotados.

Quem estará e quem vai se ausentar nas eleições venezuelanas? Há a confirmação de países historicamente aliados da Venezuela, além de organizações em que o país sul-americano integra:

Continua após a publicidade
  • Bolívia
  • Chile
  • China
  • EUA
  • Filipinas
  • Índia
  • Iraque
  • Líbano
  • Malásia
  • Mali
  • Panamá
  • República Dominicana
  • Rússia
  • Suíça
  • Turquia

Países e organizações sem a confirmação de observadores na Venezuela:

  • Argentina
  • Colômbia
  • OEA (Organização dos Estados Americanos)
  • União Europeia

Deixe seu comentário

Só para assinantes