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Análise: Demora de Maduro para mostrar atas sugere resultado ilegítimo

Demora do ditador Nicolás Maduro para entregar as atas da eleição presidencial da Venezuela do último domingo (28) torna ducumentação mais ilegítima e aumenta desconfiança sobre sua confiabilidade, analisou a professora de política internacional e segurança da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Danielle Ayres, durante entrevista no UOL News 2ª Edição desta quarta-feira (31).

Durante discurso realizado hoje no TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), em Caracas, Maduro prometeu divulgar as atas eleitorais que comprovariam sua reeleição e pediu a investigação de uma suposta tentativa de golpe no país.

Infelizmente, quanto mais o tempo passa, mais ilegítimo fica o resultado que essas atas vão apresentar. Ainda mais quando o Maduro diz 'nós vamos apresentar as atas'. Ou seja, pensando no processo como ele é feito, do ponto de vista eletrônico, é uma urna eletrônica que emite atas quase que instantaneamente no final do processo. Você conseguiria apresentar isso muito rápido, como acontece no Brasil. A apuração é muito rápida no Brasil. Danielle Ayres, professora de relações internacionais

Não faz sentido nenhum que essas atas demorem a serem entregues. Só faz sentido se o processo estiver de alguma forma sendo fraudado ou com algum outro tipo de problema. Quanto mais tempo, mais ilegítimo parece ser o resultado dessas atas. Danielle Ayres, professora de relações internacionais

Para a especialista, não é possível garantir que as atas sejam entregues em sua total fidelidade com votos registrados sem adulteração.

Teremos muita pouca capacidade de entender fidedignas [as atas] se elas forem apresentadas daqui para frente. A tendência é que elas sejam apresentadas e o resultado, obviamente, corrobore a posição do governo de Maduro. Aqui talvez more o maior perigo: por que o que virá depois? Danielle Ayres, professora de relações internacionais

A gente primeiro não consegue de forma efetiva internacionalmente contestar e fazer com que aquilo seja revisto. Nós não podemos é legitimar: 'olha, não me parece que sejam reais esses números'. Mas se internamente a burocracia venezuelana disser que são reais, é um assunto interno daquele estado. Aí começa a fase dois desse processo, que é punir aqueles que discordaram desse processo para aquilo que está sendo chamado hoje na Venezuela de terrorismo eleitoral. Danielle Ayres, professora de relações internacionais

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