Hamas, Fatah, Jihad e Hezbollah: conheça alguns dos grupos do Oriente Médio

Em menos de 24 horas, Ismail Haniyeh, líder do Hamas, e Fuad Shukr, alto comandante militar do Hezbollah, foram mortos. O líder do Hamas foi morto em um ataque aéreo em Teerã, no Irã, nesta quarta-feira (31), data em que o corpo de Shukr foi encontrado nos escombros de um prédio atingido por um ataque efetuado pelas forças israelenses, em Beirute, no Líbano.

Além dessas duas organizações, Fatah e Jihad Islâmica também atuam no Oriente Médio. A seguir, conheça melhor cada grupo.

Hamas

Surgiu durante o primeiro levante palestino. O Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) surgiu em 1987, durante o primeiro levante palestino, e se opõe a Israel. Sua carta fundadora data de 1988 e não reconhece a existência do país judaico, exigindo sua destruição.

Busca estabelecer um Estado muçulmano em todas as terras habitadas por palestinos, incluindo o território israelense. As raízes ideológicas do grupo são da Irmandade Muçulmana, um movimento fundado no Egito na década de 1920, que influenciou diversos grupos radicais, como a rede terrorista Al-Qaeda.

Tem um braço de serviços sociais chamado Dawah. Ele gerencia escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos, em especial, na Faixa de Gaza.

Foi contra acordo de paz de 1993. A OLP (Organização para a Libertação Palestina) selou um frágil acordo de paz com Israel em 1993 e encerrou o primeiro levante palestino. O Hamas não reconheceu o acordo e continuou a realizar ataques em território israelense.

Nas eleições de 2006 na Faixa de Gaza, o grupo obteve maioria absoluta. A vitória veio um ano após uma espécie de golpe de Estado. Desde então, não houve novas eleições na Faixa de Gaza.

Classificado como organização terrorista. O Hamas foi classificado como organização terrorista pela União Europeia após ataque ocorrido em Jerusalém, em 2003. Centenas de civis foram mortos no ataque.

Entre os apoiadores do Hamas estão Irã, Síria e Qatar. O Qatar chega a pagar salários de funcionários e organizações civis do grupo. O Irã, por sua vez, passou a ser responsável por cerca de um quarto do orçamento de Hamas nos anos 2000.

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Fatah

É um rival político do Hamas. O grupo foi criado em 1959 e defendia a destruição de Israel.

Em 1974, seu líder foi recebido nas Nações Unidas com honras de chefe de Estado. Depois disso, o grupo passou a trilhar o caminho da diplomacia. Em 1993, o líder reconheceu o direito de existência de Israel e defendeu a criação de um Estado para seu povo por meio do diálogo.

Em resposta à guerra na Faixa de Gaza, assinou acordo no ano passado. O Fatah assinou um acordo com as principais organizações palestinas, incluindo o Hamas, em julho do ano passado, que visava acabar com as divisões internas e criar uma unidade nacional para lutar pela libertação da Palestina contra a ocupação israelense.

Jihad Islâmica

O grupo se formou em 1981, no Egito. Ao longo do tempo assumiu a autoria de ataques suicidas e terroristas contra Israel. O grupo não reconhece o país judaico como Estado e deseja a retomada do território para criação da Palestina.

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É considerada terrorista pelos Estados Unidos, Israel e países da União Europeia. Não há informações de quantas pessoas fazem parte do grupo. Por trás do Jihad também está o Irã.

Em algumas ocasiões, atua junto com o Hamas. Depois que o aliado anunciou ter aceito uma proposta de trégua em Gaza em maio deste ano, o Jihad disparou foguetes contra Israel.

Hezbollah

Surgiu durante a Guerra Civil do Líbano (1975-1990). Sua atuação é registrada desde o início da década de 1980, mas o grupo lançou seu manifesto apenas em 1985.

Maior poderio armado dentro do Líbano. A organização muçulmana tem grande influência política e o maior poderio armado dentro do Líbano, segundo a BBC. Seu braço armado realizou diversos ataques a forças israelenses e estadunidenses.

Quando Israel deixou o Líbano em 2000, o Hezbollah reivindicou para si a responsabilidade. Desde então, o grupo mantém milhares de combatentes e um grande arsenal de mísseis no sul do Líbano. O grupo luta contra a presença de Israel em zonas de fronteiras contestadas.

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O Hezbollah também conta com financiamento do Irã. É um dos grupos militarizados não-estatais mais armado do mundo.

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