Conteúdo publicado há 18 dias

Russo com mais de 100 filhos: quem é o CEO do Telegram preso na França

O fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso no aeroporto de Bourget, em Paris, na noite de sábado (24). Durov nasceu na Rússia, tem 39 anos e diz ter mais de 100 filhos biológicos.

Quem é Durov

Durov tem 39 anos e nasceu em Leningrado, atual São Petersburgo, na Rússia. Passou grande parte da infância na Itália, porque seu pai trabalhava no país. Voltou à Rússia para estudar.

A fortuna de do CEO do Telegram é estimada em US$ 11,5 bilhões. O dado é da Forbes de 2023, valor que o colocava em 148º no ranking de bilionários.

Durov disse ter mais de 100 filhos biológicos espalhados pelo mundo. "Como isso é possível para um cara que nunca foi casado e prefere viver sozinho?", questiona o presidente executivo do Telegram. De acordo com Durov, a centena de filhos seria resultado de doações de esperma feitas por ele ao longo dos últimos anos.

A história teria começado há 15 anos. Na época, um amigo teria pedido a Pavel Durov que doasse esperma, já que o amigo e sua esposa estariam passando por problemas de fertilidade. O chefe da clínica responsável por doações teria então dito ao empresário que "material de alta qualidade" estaria em falta. Durov teria ouvido ainda que seria seu "dever cívico" doar mais esperma para ajudar anonimamente outros casais.

A notícia sobre os mais de 100 filhos teria chegado neste ano. O executivo diz que recebeu a notícia de que "minha atividade de doação passada ajudou mais de cem casais em doze países a terem filhos", diz. Além disso, afirma, ainda há ao menos uma clínica que ainda possui seu esperma congelado para uso anônimo.

Saída da Rússia

Durov formado em Filologia na Universidade de São Petersburgo. Ele gostava de programação, área que estudava constantemente e, durante os estudos, criou seu primeiro site, chamado durov.com.

Antes do Telegram, criado em 2013, o empresário tinha uma rede social chamada VKontakte, criada em 2006. Acuado pelo regime russo, ele vendeu a plataforma e deixou o país em 2014. Discreto, Pavel Durov disse em abril, em uma rara entrevista, que teve a ideia de lançar mensagens criptografadas após ter sido pressionado pelas autoridades russas quando fundou a VK, rede social concorrente do Facebook que criou em seu país de origem e que era usada pela oposição do país.

Continua após a publicidade

O empresário viveu em diversos locais. Durov contou que tentou se estabelecer em Berlim, Londres, Cingapura e São Francisco antes de optar por Dubai, cujo ambiente de negócios e "neutralidade" elogiou. "Acho que estamos fazendo um bom trabalho com o Telegram, com 900 milhões de usuários mensais que provavelmente ultrapassarão 1 bilhão de usuários ativos dentro de um ano", afirmou o empresário.

No emirado do Golfo, o Telegram protegeu-se das regras de moderação do Estado. Na época, a União Europeia e os Estados Unidos pressionavam as grandes plataformas a eliminarem conteúdos ilegais. Com grupos de discussão que podem acomodar até 200 mil pessoas, as mensagens são por vezes acusadas de aumentar o potencial viral de informações falsas e de proliferação de conteúdos de ódio, neonazistas, pedófilos, conspiratórios ou terroristas.

Prisão de Durov

Pavel Durov, a criador do Telegram
Pavel Durov, a criador do Telegram Imagem: Steve Jennings/Getty Images

Durov estava voltando do em seu jato particular e foi preso por volta das 20h (15h, no horário de Brasília). A TF1, emissora de TV da França, cita que ele é alvo de um mandado de prisão no país como parte de uma investigação policial preliminar.

A investigação se concentra na falta de moderação de conteúdo no Telegram, segundo o canal de notícias. A Justiça considera que a ausência de cooperação com as autoridades torna Durov cúmplice de tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes, dizem as notícias.

Continua após a publicidade

Durov diz que Telegram seguirá "neutro". O fundador do aplicativo diz que governos tentam pressioná-lo, mas que o app, que tem 900 milhões de usuários ativos, não será um "jogador na geopolítica".

*Com RFI e Estadão Conteúdo.

Deixe seu comentário

Só para assinantes