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Brasileira no Líbano tenta fugir de área atacada por Israel: 'Muita bomba'

Do UOL, em São Paulo

23/09/2024 10h13Atualizada em 24/09/2024 08h48

Uma brasileira que vive no Líbano precisou deixar a própria casa após Israel lançar um grande ataque aéreo contra o país na manhã desta segunda-feira (23).

O que aconteceu

Fatima Cheaitou disse que acordou com o barulho das bombas perto de casa, na região de Tiro. Ela mostrou nas redes que estava fugindo de carro, mas que estava "literalmente rodeada por bombas".

"Acordamos com muitas bombas. Bombardearam perto da minha casa e perto da casa dos meus avós na minha cidade", contou, em publicações nos stories do Instagram.

Fatima relatou que não conseguiu ajuda do Itamaraty. "O governo diz que não é responsabilidade deles por terem avisado para não ficar em 'lugares de risco', mas nossas casas ficavam [em áreas] relativamente seguras até Israel decidir bombardear".

Estamos bem até agora, presos no trânsito, a autoestrada tá fechada dos dois lados de tanto carro. Faz quase 2 horas que estamos no mesmo lugar.
Fatima Cheaitou

Em nota, a Embaixada do Brasil no Líbano diz que os brasileiros devem buscar "meios próprios" para sair do país, o que indica que não há um plano de repatriação no momento. O colunista do UOL Jamil Chade apurou que o governo federal ainda estuda a possibilidade de uma operação de resgate na área.

Estimativa do governo é de que 20 mil brasileiros vivam hoje no Líbano. A informação foi obtida pelo UOL junto a fontes do governo federal.

Contatos para quem está no Líbano e busca informações de segurança. Brasileiros podem procurar o Itamaraty pelos seguintes números: sala de operações do Sul do Líbano: 07753684; sala de operações de Baalbeck Hermel: 08371479; sala de operações de Nabatiyyeh: 07769002; sala de operações do Bekaa: 08803905.

Ataque deixou mais de 500 mortos

O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 558 pessoas morreram e outras 1.835 ficaram feridas nos bombardeios. Entre as vítimas estão 50 crianças, 94 mulheres e dois médicos, diz o comunicado do órgão.

Estratégia de Israel é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah de que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o Hezbollah passou a disparar mísseis contra Israel, em 8 de outubro.

Primeiro-ministro libanês diz que Israel executa um "plano de destruição" contra o país. "A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses", afirmou Najib Mikati. No comunicado, ele também pede à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir a agressão".

Explosões de pagers e bombardeio israelense que matou cúpula militar do Hezbollah intensificaram conflitos. Um ataque a uma área residencial no subúrbio de Beirute matou o líder sênior Ibrahim Aqil e outro comandante, Ahmed Wahbi, na sexta-feira (20).

Número de mortos no conflito no país desde outubro ultrapassou 750. Este é considerado o pior conflito entre Israel e Hezbollah desde a guerra de 2006.

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