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Milton: vídeo mostra turbulência intensa enquanto avião passa pelo furacão

Do UOL, em São Paulo

09/10/2024 11h17Atualizada em 09/10/2024 12h32

Pilotos e pesquisadores da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) dos EUA voaram em direção ao furacão Milton nesta segunda-feira (7) e passaram por uma forte turbulência.

O que aconteceu

Caçadores de furacões foram coletar dados sobre o furacão. Um vídeo divulgado pela instituição mostra profissionais do Centro de Operações de Aeronaves da NOAA a bordo do WP-3D Orion, apelidado de Miss Piggy. Eles vão em direção ao furacão Milton para coletar dados que ajudam a melhorar as previsões sobre a tempestade.

Avião passa por ventos fortes. Nas primeiras imagens, de dentro da cabine de comando, é possível notar a intensidade dos ventos sobre a aeronave. Os pilotos e pesquisadores chegam a saltar nos assentos, enquanto o avião balança de um lado para outro. Do lado de fora, o céu azul.

Viagem turbulenta até o furacão. Em outro vídeo, o avião já está em meio a forte chuva, chacoalhando, e a turbulência faz cair alguns objetos dentro da aeronave. Quem filma o momento pede para que o colega de equipe pegue a carteira dele, que foi parar longe.

Da turbulência à calmaria. Cerca de um minuto e meio depois, o clima é de tranquilidade, e o profissional mostra que, lá fora, a chuva ficou para trás. O aspecto, porém, é de céu cinza, com nuvens bastante carregadas.

Caçadores de furacões

Equipe voa acima e ao redor de furacões. Em altas altitudes, cientistas lançam em direção ao furacão um aparelho chamado dropsonda, que faz um reconhecimento meteorológico do local. Ele é usado para medir de forma apurada ciclones tropicais e outros eventos meteorológicos severos.

Missões ajudam a melhorar a previsão e as pesquisas de furacões. Os profissionais coletam dados atmosféricos que mostram o que está acontecendo dentro do sistema de tempestade. Há medições de pressão, umidade, temperatura, direção e velocidade do vento.

Mapeamento completo. Outros sistemas de radar escaneiam a tempestade na vertical e na horizontal para que cientistas e meteorologistas tenham uma visão em tempo real da tempestade. Segundo a NOAA, as equipes "voam sob o pior clima do mundo".

O furacão

Milton recuperou força ao longo da tarde de ontem. Ele atingiu ventos com velocidade de 265 km/h. A expectativa é que o fenômeno chegue à Flórida (EUA) nesta quarta (9). Enquanto isso, milhares de moradores enfrentam trânsito pesado, no sentido norte, em busca de locais seguros. A recomendação de autoridades é para evacuação. Os que decidiram ficar estão protegendo as lojas e moradias com tapumes de madeira e sacos de areia.

Vai ser poderoso, então, por favor, tomem as precauções adequadas. Ele [furacão Milton] tem o potencial de causar muitos danos.
Governador da Flórida, Ron DeSantis

Prefeita de Tampa, Jane Castor, pediu à população que saia de suas casas e evacue as áreas de risco. "A mensagem mais importante é que vocês precisam se preparar. Façam tudo o que for necessário e, em seguida, saiam das zonas de evacuação, que agora são as zonas de evacuação A e B. E, como todos já ouvimos tantas vezes, protejam-se do vento e corram da água. (...) Helene foi um alerta, isso [Milton] é literalmente catastrófico. Se você escolher ficar em uma dessas áreas de evacuação, você vai morrer", afirmou a prefeita, em entrevista à CNN

Furacão Milton se intensificou rapidamente entre domingo e segunda. A Intensificação de Milton é algo quase sem precedentes, segundo meteorologistas. A velocidade dos seus ventos chega a 289 km/h, um aumento de 140 km/h em menos de 24 horas. No dia seguinte, ele caiu para a categoria 4, mas voltou a ganhar força de acordo com o avanço da tempestade.

Milton já é considerada a terceira tempestade de intensificação mais rápida já registrada no Atlântico 40 anos. Os dados são do NHC (Centro Nacional de Furacões, em inglês). Nas redes sociais, o NHC classificou a mudança como "intensificação explosiva" e uma tempestade "extremamente ameaçadora".

Apenas dois furacões se fortaleceram mais rápido que Milton, conforme relatou a rede de TV americana CNN. Foram eles: Wilma —que atingiu Cuba, Haiti e os EUA, em 2005, e aumentou 177 km/h em um período de 24 horas— e Felix —que passou pela América Central, em 2007, e registrou aumento dos ventos em 160 km/h em apenas um dia.

Satélite captou imagem do olho do furacão Milton. O vídeo foi feito enquanto ele avançava pelo Golfo do México, a cerca de 1.300 km de distância da costa. A previsão é que ele se direcione para Tampa na quarta-feira. O fenômeno pode produzir rajadas de vento de 225 km/h e precipitação total de 38 cm em alguns pontos da costa da Flórida.

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