'Se ficar, vai morrer': prefeita de Tampa faz alerta sobre furacão Milton
A prefeita da cidade americana de Tampa, Jane Castor, pediu novamente à população que saia de suas casas e evacue as áreas de risco antes da chegada do furacão Milton, prevista para quarta-feira (9) na Flórida.
O que aconteceu
Prefeita vê Helene como 'alerta' e diz que Milton será 'catastrófico'. Há a possibilidade de ondas de três a quatro metros, segundo disse Jane Castor em entrevista à CNN. "A título de comparação: o furacão Helene, que deixou a área de Tampa Bay há uma semana, teve ondas de 1,80 metro, e isso foi devastador para muitas pessoas da nossa região costeira", explicou a prefeita na segunda-feira (7).
Furacão foi rebaixado à categoria 4, mas segue 'extremamente perigoso'. O alerta foi feito nesta terça-feira (8) pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).
Milton contornou o estado mexicano de Yucatán nas últimas horas. A previsão é de que cause "ondas destruidoras" no México e um aumento do nível da água de até 1,5 metro. "Mesmo que a previsão indique que o furacão Milton não atingirá o território nacional, chuvas e ventos torrenciais são esperados, especialmente em Campeche e Yucatán", alertou a presidente Claudia Sheinbaum no X (antigo Twitter).
É o 2º grande furacão no Golfo do México em duas semanas. Segundo o NHC, é provável que o fenômeno "continue como um grande e poderoso furacão ao atingir a costa da Flórida, com riscos potencialmente mortais na costa e no interior". "Quem tiver condições deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades na segunda (7), em entrevista coletiva dirigida especificamente à região de Tampa.
Deve ser a pior tempestade a atingir Tampa em mais de 100 anos. Separada do Golfo do México por uma baía, a cidade de Tampa, de 400 mil habitantes, teme principalmente o impacto de Milton sobre a maré e as inundações. Sacos de areia foram colocados nas portas das casas para conter a água, enquanto carros congestionam as estradas e moradores lotam os supermercados para estocar mantimentos.
A mensagem mais importante é que vocês precisam se preparar. Façam tudo o que for necessário e, em seguida, saiam das zonas de evacuação, que agora são as zonas de evacuação A e B. E, como todos já ouvimos tantas vezes, protejam-se do vento e corram da água. (...) Helene foi um alerta, isso [Milton] é literalmente catastrófico. Se você escolher ficar em uma dessas áreas de evacuação, você vai morrer.
Jane Castor, prefeita de Tampa, em entrevista à CNN
Estragos do Helene
Furacão de categoria 4 atingiu a costa da Flórida em 26 de setembro. Helene deixou um rastro de destruição com chuvas torrenciais e inundações, tornando-se o desastre natural mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina, em 2005. Em Treasure Island, na Flórida, as ruas seguem repletas de lixo e escombros, e os moradores amontoaram nas portas de suas casas tudo o que perderam.
Equipes de resgate ainda trabalham para encontrar sobreviventes. Também tentam levar energia e água potável às comunidades isoladas pela tempestade nas montanhas. O número de mortes causadas pela passagem do Helene chegou a 232, segundo balanço divulgado na segunda-feira (7). "Precisamos que o máximo possível desses detritos [do Helene] seja recolhido. Eles criam um risco à segurança e também aumentam os danos que Milton pode causar", alertou o governador da Flórida, Ron DeSantis.
(Com AFP e RFI)
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