'Pior em 100 anos': o potencial devastador do furacão Milton nos EUA
O furacão Milton é previsto para chegar à costa da Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (9). O fenômeno foi rebaixado para a categoria 4 na escala de intensidade hoje (8), mas continua "extremamente perigoso", segundo o o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).
Quais locais devem ser afetados pelo Milton?
O Milton começou no início da semana como um furacão de categoria 2, mas escalou três categorias até alcançar a categoria 5 —a mais alta na intensidade. Furacão foi rebaixado à categoria 4 nesta terça, mas segue preocupando especialistas e autoridades.
O fenômeno deve causar chuvas e ventos torrenciais. Previsão é que atinja os estados mexicanos Yucatán, Quintana Roo e Campeche, sem tocar o solo, informou a presidente Claudia Sheinbaum. Além disso, a tempestade deve chegar à Tampa, na Flórida.
Milton contornou o estado mexicano de Yucatán nas últimas horas. A previsão é de que cause "ondas destruidoras" no México e um aumento do nível da água de até 1,5 metro. "Mesmo que a previsão indique que o furacão Milton não atingirá o território nacional, chuvas e ventos torrenciais são esperados, especialmente em Campeche e Yucatán", alertou a presidente Claudia Sheinbaum no X (antigo Twitter).
Moradores da Flórida enfrentam longos congestionamentos para tentar fugir do impacto do fenômeno. Autoridades recomendaram que moradores de Tampa deixem a região. Quem decidiu ficar está protegendo as lojas e casas com tapumes de madeira e sacos de areia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o furacão Milton pode ser o pior a atingir a Flórida nos últimos 100 anos. O mandatário alertou os moradores da Flórida para que sigam as orientações dos órgãos de segurança. "Peço a todos que atualmente estão localizados no caminho do furacão Milton para que ouçam as autoridades locais e sigam as instruções de segurança", declarou o presidente norte-americano, segundo o jornal New York Times.
Milton aumentou 140 km/h em 24 horas e é uma das tempestades que mais rapidamente ganhou força no Atlântico, segundo o NHC. Antes dele, o Wilma, que atingiu Cuba, Haiti e os EUA em 2005, aumentou 177 km/h em um período de 24 horas, e o furacão Felix, que passou pela América Central, em 2007, registrou aumento dos ventos em 160 km/h em apenas um dia.
É o 2º grande furacão no Golfo do México em duas semanas. Segundo o NHC, é provável que o fenômeno "continue como um grande e poderoso furacão ao atingir a costa da Flórida, com riscos potencialmente mortais na costa e no interior". "Quem tiver condições deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades na segunda (7), em entrevista coletiva dirigida especificamente à região de Tampa.
Furacão pode levar chuvas de até 250 mm para a Flórida, diz o NHC. Em alguns pontos, o volume de chuva pode chegar a 380 mm. O governador Ron DeSantis ampliou para 51 (de um total de 67) o número de condados em situação de emergência no estado, o terceiro mais populoso do país. "Dá tempo de sair. Por favor, façam isso. Por favor, executem o plano agora se estiverem em algumas das áreas de risco", pediu DeSantis. "Estas tempestades estão trazendo mais água do que nunca", alertou a diretora da agência federal de resposta a desastres naturais (FEMA), Deanne Criswell.
Espera-se que Milton aumente de tamanho e continue como um furacão extremamente perigoso quando se aproximar da costa oeste da Flórida, na quarta-feira [9]. Uma grande tempestade destrutiva cairá sobre partes da costa oeste da Flórida. Esta é uma situação extremamente perigosa para a vida, e os moradores dessas áreas devem seguir as orientações das autoridades locais e evacuar imediatamente se forem instruídos a fazê-lo.
NHC, em alerta publicado hoje às 4h (horário local, 5h em Brasília)
(Com AFP e RFI)
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