Bebê e idosos são resgatados de helicóptero em cidades inundadas da Espanha

Equipes de resgate usaram helicóptero para resgatar sobreviventes em áreas ainda inundadas da província de Valência, na Espanha, que foi atingida pela pior enchente em décadas no país.

O que aconteceu

Uma jovem e seu bebê de cerca de 1 ano foram resgatados de helicóptero nesta quarta-feira (30). Os dois estavam em uma casa isolada na região de Riola, na cidade de Ribera Baja, até serem encontrados pelos bombeiros.

Na gravação, dois idosos aparecem sendo socorridos. Um deles é uma mulher de Catarroja. O vídeo mostra as vítimas subindo à aeronave sentados em uma espécie de cesta.

Os bombeiros de Alicante também compartilharam um resgate de uma terceira idosa. Ela foi levada nas costas por um dos socorristas em meio à enchente. ''Sobrevoamos as zonas de Albufera, Paiporta, Torrent e Riola, podendo evacuar 20 pessoas'', contou a corporação pelas redes sociais.

Idosa é resgatada nas costas de socorrista
Idosa é resgatada nas costas de socorrista Imagem: Reprodução / Consorcio Bomberos Alicante

A Guarda Civil já realizou um total de 3.400 resgates desde o início da inundação. Estima-se que cerca de 300 pessoas ainda estejam isoladas aguardando socorro, segundo informações da corporação à Agência EFE.

Enchentes deixaram 158 mortos

Até o momento, 158 mortes foram confirmadas pelas autoridades. A maioria delas (92) ocorreu em Valência. Outras duas foram comunicadas em Castela La Mancha e uma em Andaluzia.

Vítima mais nova identificada tem três meses. Segundo a Guarda Civil espanhola, a bebê morreu junto à mãe, uma mulher de 34 anos, na cidade de Paiporta. Outras três crianças também morreram, segundo informações preliminares das autoridades espanholas. A vítima mais idosa identificada até o momento tem 88 anos e foi atingida em Mira

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Número exato de desaparecidos não foi divulgado, mas está na casa das "dezenas". A informação é do ministro da Polícia Territorial, Ángel Victor Torres. Segundo ele, a incerteza sobre o número exato de pessoas sumidas é sinal da "magnitude da tragédia" e aponta a possibilidade de que o número de mortos aumente.

Algumas áreas seguem ilhadas e sem energia. Entre os transportes que continuavam suspensos nesta segunda está o serviço de trem de alta velocidade entre Madri e Valência e entre Barcelona e Valência.

Chuvas começaram na tarde da terça-feira (29). Em algumas regiões, mais de 490 mm de água caíram em oito horas, a previsão para um ano inteiro de chuva, segundo a Aemet (Agência Estatal de Meteorologia). Ela diminui nesta terça, mas ainda há alertas vigentes em diferentes regiões espanholas.

Rastro de destruição pode ser visto nas ruas. Em imagens publicadas nas redes sociais é possível ver carros amontoados, ruas cobertas de lama, estradas destruídas e restos de móveis levados pela lama.

Moradores criticaram demora do alerta de perigo

Comunidade Valenciana só enviou notificação oficial de proteção civil aos cidadãos após as 20h da terça-feira. Neste momento, parte da população já enfrentava situação crítica. A Aemet emitiu vários alertas desde a quinta-feira (24) anterior. Na terça-feira, dia das tempestades mais intensas, o órgão declarou alerta vermelho de perigo extremo por volta das 7h30, para a região.

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Luto oficial. O país decretou luto de três dias pelas mortes causadas pelas chuvas. O primeiro-ministro Pedro Sánchez fez um pronunciamento, expressando condolências às famílias afetadas e destacando que toda a Espanha sofre com elas.

Repercussão internacional. Autoridades como o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni expressaram seu pesar às famílias das vítimas.

A União Europeia também se manifestou. Ursula von der Leyen, presidente da comissão europeia, informou que o sistema de satélites Copernicus foi acionado para auxiliar as operações de resgate nas regiões atingidas.

*Com informações da RFI

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