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OPINIÃO

Milei adere à aliança contra fome, mas já havia dado recado antes

Colaboração para o UOL

18/11/2024 13h50

Após o presidente da Argentina, Javier Milei aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o colunista Jamil Chade disse ao UOL News desta segunda (18) que a demora do presidente em aceitar entrar na iniciativa dá recado de que não irá cooperar com o multilateralismo.

A aliança foi uma das prioridades do Brasil na cúpula do G20 e busca erradicar a fome até 2030. Inicialmente, a Argentina havia sido a única a ficar de fora.

Ele [Milei] deixou muito claro que não vai fazer parte gratuitamente, vai criar obstáculos sempre que achar que está, digamos assim, dentro do seu papel. Então é claro que é importante a adesão da Argentina, mas sinceramente ele cumpriu já o papel dele, que é mostrar que: "Olha, não contem comigo de uma forma automática para qualquer tipo de acordo do multilateralismo. O multilateralismo não me interessa". Ele já tem dito isso. O G20 é só mais uma etapa dessa mensagem do Milei, que, insisto, não é só do Milei
Jamil Chade, colunista do UOL

Na avaliação de Chade, o líder argentino antecipa uma mensagem do presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de não adesão ao multilateralismo.

O Milei foi para o G20 com uma missão muito clara, que é atrapalhar, criar obstáculos, deixar claro que ele não fará parte do consenso do multilateralismo. E aí não é uma questão de meio ambiente, de gênero, de fome, o que ele está dizendo de uma forma muito clara - e talvez essa seja a mensagem principal - é que ele não topa o multilateralismo como está sendo proposto, eventualmente já antecipando a mensagem que o Donald Trump vai ter a partir do ano que vem.

Lembrando que a Argentina sob Milei na ONU já adotou posturas muito parecidas com essa que o Milei está adotando no G20. Foi o único país que votou contra uma resolução na ONU sobre os direitos das mulheres, foi um dos seis únicos países do mundo que votou na semana passada contra o direito à autodeterminação dos palestinos, que é praticamente um consenso. Milei vem com uma agenda que não é exatamente de construir consensos. Ele vem, obviamente, para dizer que não existe consenso.
Jamil Chade, colunista do UOL

Fibe: Fala de Janja é diplomaticamente questionável, mas foi calculada

Ao falar "Fuck You, Elon Musk", a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, calcula um movimento para se aproximar das pessoas, analisou a colunista Cris Fibe também ao UOL News. No entanto, a colunista põe em xeque a fala de Janja do ponto de vista diplomático.

A impressão que eu tenho é que a Janja ao dizer isso estava jogando para dentro. Eu acho até que ela está tentando aproximar a fala que existe na extrema direita, que é uma fala de baixo calão mas que conquista o eleitorado, que bate na claque e volta.

Me parece que a Janja recusa esse papel da recatada. Fala palavrão, vai à frente, ganha um protagonismo no G20 com essa fala que, de fato, diplomaticamente é questionável.
Cris Fibe, colunista do UOL

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Josias: Milei veio ao G20 para servir de estorvo, uma espécie de mini-Trump

A participação de Javier Milei, presidente da Argentina, no G20 tem apenas um intuito: atrapalhar o encontro dos principais líderes mundiais no Brasil, como se quisesse exercer o papel reservado a Donald Trump, disse o colunista Josias de Souza mais cedo no UOL News.

A pobreza não é uma prioridade do Milei. Era previsível que ele não assinasse esse acordo para a composição da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Agora, está se tentando ali num esforço de última hora convencê-lo a assinar.

Isso é, de fato, o grande feito do Lula nesse encontro do G20 e Milei não veio aqui colocar azeitona na empada do Lula. Ao contrário: veio para servir de estorvo, percorrendo ali o G20 como uma espécie de 'mini-Trump'. O objetivo dele é atrapalhar as coisas e não fazer acordos. Josias de Souza, colunista do UOL

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Carlos Nobre: Biden viu destruição da Amazônia e fez vários questionamentos

Joe Biden acompanhou de perto a destruição da Amazônia, viu incêndios na floresta e fez diversos questionamentos, revelou o colunista Carlos Nobre. O cientista e climatologista foi o único brasileiro presente no sobrevoo feito pelo presidente dos Estados Unidos sobre a região ontem.

Quando nós voamos, foram 25 minutos em um helicóptero, saindo de Manaus. Ele viu a destruição, que já existe ali do lado de Manaus. Vimos toda aquela área desmatada, degradada, e regiões com incêndios que aconteceram recentemente e aqueles do ano passado, com milhares de árvores mortas.

Passamos em cima de dois incêndios acontecendo na floresta, um pouco a nordeste de Manaus, e isso nos surpreendeu muito. É bastante preocupante. Conversei bastante com o presidente, mostrando que os rios Negro, Solimões e Amazonas atingiram o menor valor de volume da história. Vimos rios que chegam ao Amazonas sequíssimos, com áreas muito degradadas.

Foi bem interessante a conversa para mostrar ao presidente Biden o risco que temos na Amazônia. Falei para ele que temos a pior seca da história da Amazônia, e isso é aquecimento global, e também de toda a destruição que temos feito há muitas e muitas décadas, mas que infelizmente continua.

Biden fez várias perguntas enquanto estávamos sobrevoando aquela região de Manaus sobre o que estava acontecendo ali. Fez perguntas científicas, como por que o rio Negro é tão negro. Carlos Nobre, colunista do UOL

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Tales: Janja atrapalha o governo quando tenta protagonizar eventos oficiais

Para o colunista Tales Faria, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, prejudicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao xingar Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e futuro membro do governo de Donald Trump, afirmou o colunista Tales Faria.

É compreensível que Janja tenha posições firmes. A Dilma [Rousseff, ex-presidente] falava que exigiam das mulheres que fossem muito mansinhas, educadinhas, e isso é machismo. Janja tem o direito de ter posições firmes, mas não pode querer protagonizar um momento desses.

Acabou falando uma besteira, xingando com um palavrão. Vejo menos problemas com Musk e Trump e mais internos. Fica parecendo o que Bolsonaro fazia, que era falar palavrão o tempo inteiro. Tales Faria, colunista do UOL

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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