'Terrivelmente destrutivo': o que se sabe sobre míssil hipersônico de Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que não descarta a possibilidade de ordenar um ataque contra a capital ucraniana, Kiev, utilizando o novo míssil balístico hipersônico Oreshnik, cuja existência era desconhecida até agora.

O que aconteceu

Putin descreveu a arma como sendo "terrivelmente destrutiva" e com capacidade nuclear. De acordo com Moscou, em 19 de novembro, a Ucrânia disparou pela primeira vez os mísseis americanos ATACMS contra a Rússia ocidental. Em resposta, dois dias depois, a Rússia lançou o Oreshnik, um míssil de alcance médio, contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia, que, segundo especialistas, não pode ser interceptado.

Naturalmente, responderemos aos ataques em curso no território russo com mísseis ocidentais de longo alcance, como já foi dito, incluindo possivelmente continuando a testar o Oreshnik em condições de combate, como foi feito em 21 de novembro. Vladimir Putin, durante reunião dos líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, no Cazaquistão

Segundo Putin, o Oreshnik, que significa "avelã" em russo, pode atingir velocidades de até 12.350 km/h. A Associação para o Controle de Armas explica que o míssil possui um alcance entre 1.000 e 3.000 quilômetros, com uma margem de erro de cerca de 150 metros em relação ao alvo.

Uso massivo desse míssil "seria comparável ao uso de uma arma nuclear". Declaração foi dada pelo comandante das forças russas de mísseis estratégicos, Serguei Karakayev, em uma reunião com responsáveis militares transmitida pela televisão.

Karakayev explicou que o Oreshnik foi desenvolvido por ordem de Putin. Ele é baseado no modelo de míssil balístico intercontinental russo RS-26 Rubezh. A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, confirmou essas informações à imprensa.

O especialista militar Ian Matveyev afirmou que o Oreshnik é uma arma bastante cara e não produzida em grande escala. Ele também destacou que o míssil pode carregar uma carga explosiva de "várias toneladas".

Putin comparou o poder destrutivo do Oreshnik ao de uma arma nuclear, afirmando que ele "atomizaria" tudo no ponto de impacto. No entanto, o presidente russo ressaltou que o míssil não carrega uma ogiva nuclear nem espalha contaminação radioativa.

De acordo com Putin, o disparo do Oreshnik foi um teste em condições de combate, o que indica que o projétil ainda está em fase de desenvolvimento. O chefe da inteligência militar ucraniana, Kirilo Budanov, revelou que Oreshnik é o nome do projeto, enquanto o sistema em si é conhecido como "Kedr".

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Informações ucranianas de outubro indicam que a Rússia está fabricando dois protótipos do míssil. No entanto, uma alta fonte do Estado-Maior ucraniano afirmou que a Rússia possui apenas "algumas poucas unidades" desse míssil, embora Putin tenha garantido que há uma "reserva" pronta para uso.

Até 2019, a Rússia e os Estados Unidos tinham uma proibição mútua sobre o uso de mísseis de médio alcance. Isso foi determinado no Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado em 1987, durante a Guerra Fria. No entanto, em 2019, o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou Washington do tratado, acusando Moscou de violá-lo, o que abriu caminho para uma nova corrida armamentista.

* Com AFP e Reuters

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que informava a primeira versão do texto, o míssil pode atingir velocidades de até 12.350 km/h, e não 2.350 km/h. O texto foi corrigido.

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