Votos de deputados no Peru eram dados em troca de favores sexuais, diz MP
O Ministério Público do Peru investiga um escândalo de uma suposta rede de prostituição dentro do Congresso do país, em que votos parlamentares eram conquistados em troca de favores sexuais.
O que aconteceu
A investigação começou após a morte de Andrea Vidal, uma advogada que trabalhava no parlamento. No início deste mês, assassinos de aluguel teriam disparado mais de 40 tiros contra o táxi onde ela estava, em Lima. Ela morreu na terça-feira (16) em um hospital e o taxista também foi morto no ataque.
O ex-chefe da advogada, Jorge Torres Saravia, ex-assessor jurídico do Congresso, é apontado como líder do esquema. O homem, do partido de centro direita APP (Aliança Pelo Progresso), é acusado de exploração sexual por supostamente comandar a rede que contratava mulheres para ter relações sexuais com deputados em troca de votos.
Saravia negou as acusações. ''Estou muito preocupado, estou chocado, estou indignado com todas essas acusações. E não só me acusam de cafetão, mas também me acusam de estuprador e assassino, o que é o mais grave. Estou realmente bastante indignado e nego categoricamente todas as acusações'', reagiu.
Os promotores alegam que a advogada morta fazia parte da rede. Segundo eles, ela era responsável por contratar as mulheres para falsamente trabalhar como secretárias e em cargos administrativos dentro da Casa.
Juan Burgos, chefe da Comissão de Fiscalização, afirmou que abriu um processo contra Saravia por quebra de decoro. Ele acrescentou ao jornal La República que na próxima sessão do dia 26 de dezembro solicitarão a presença do chefe do Gabinete de Recursos Humanos, bem como de Jorge Torres Saravia.
A ação do MP envolve também o líder do partido APP. O empresário e político César Acuña é suspeito de ter envolvimento. Ele foi prefeito de Trujilo de 2007 a 2014 e é atual governador do departamento de La Libertad.
O escândalo acontece em um momento de baixa aprovação popular do Congresso. Uma pesquisa do Instituto de Estudos Peruanos concluiu que apenas 6% dos cidadãos estão satisfeitos com o desempenho do parlamento.
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