Investimento em energia limpa precisa dobrar até 2020, diz AIE
Investimentos globais em energia limpa precisam dobrar até 2020 para evitar que as metas relacionadas às mudanças climáticas não sejam cumpridas, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda-feira (11), pedindo aos governos que destinem mais recursos a tecnologias como armazenamento de carbono e energia solar.
Cerca de US$ 23,9 trilhões em investimentos são necessários até 2020 e US$ 140 trilhões até metade deste século, período em que governos pretendem manter um aumento médio na temperatura global abaixo de dois graus Celsius, disse a organização baseada em Paris.
Nações em todo o mundo terão de desembolsar, a partir de agora até 2050, US$ 36 trilhões a mais que a estimativa atual, com a China tendo que arcar com a maior parcela.
Mas nações afetadas pela recessão pode encontrar certo conforto na avaliação da AIE de que cada dólar adicional investido em energia limpa pode gerar US$ 3 em economia de combustível no futuro, com a economia total ultrapassando os investimentos até 2025.
"Nossa atual falha em entender o completo potencial da tecnologia de energia limpa é alarmante", disse a diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven, em comunicado.
"A contínua forte dependência de um reduzido grupo de tecnologias e combustíveis fósseis é uma ameaça significativa para segurança energética, crescimento econômico estável e bem-estar global, assim como para o meio ambiente", disse.
Energia eólica é aposta
Segundo a agência, as tecnologias com maior potencial, como captura e armazenamento de carbono, energia eólica offshore e energia de concentração solar (CSP), estão apresentando os menores progressos.
Apesar do portfólio de projetos ser considerável, a recessão e a contenção de gastos em muitos países estão desviando fundos e retardando projetos de CSP, um sistema que usa lentes para focar uma grande quantidade de luz solar em uma pequena área para gerar energia, disse a agência.
A AIE citou a Espanha e os Estados Unidos, líderes mundiais na tecnologia de concentração solar, como exemplos.
Outra tecnologia com potencial ainda não realizado é a captura e armazenamento de carbono, vista como a única que permite setores da industria como fábricas de aço e ferro a atingir as metas de redução de emissões, afirmou a AIE.
Os governos precisam exigir níveis de desempenho mais severos nos setores de construção civil e transportes para melhorar a eficiência energética, acrescentou.
Somente as tecnologias mais maduras como hidrelétrica, biomassa, eólica onshore e produção solar fotovoltaica estão tendo progresso suficiente, segundo a agência.
"Eletricidade de baixa geração de carbono já é competitiva em muitos mercados e terá uma fatia crescente na geração nos próximos anos", afirmou o relatório.
No setor de transportes, a AIE disse que a meta dos governos para veículos elétricos, estabelecida em 20 milhões de veículos nas ruas em 2020, são encorajadoras, mas pode ser difícil de ser atingida, tendo de dobrar a atual capacidade planejada da indústria.
(Com informações da Reuters)
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