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Investimento em energia limpa precisa dobrar até 2020, diz AIE

Sabine Righetti/Folhapress
Imagem: Sabine Righetti/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/06/2012 14h00

Investimentos globais em energia limpa precisam dobrar até 2020 para evitar que as metas relacionadas às mudanças climáticas não sejam cumpridas, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda-feira (11), pedindo aos governos que destinem mais recursos a tecnologias como armazenamento de carbono e energia solar. 

Cerca de US$ 23,9 trilhões em investimentos são necessários até 2020 e US$ 140 trilhões até metade deste século, período em que governos pretendem manter um aumento médio na temperatura global abaixo de dois graus Celsius, disse a organização baseada em Paris. 

Nações em todo o mundo terão de desembolsar, a partir de agora até 2050, US$ 36 trilhões a mais que a estimativa atual, com a China tendo que arcar com a maior parcela. 

Mas nações afetadas pela recessão pode encontrar certo conforto na avaliação da AIE de que cada dólar adicional investido em energia limpa pode gerar US$ 3 em economia de combustível no futuro, com a economia total ultrapassando os investimentos até 2025. 

"Nossa atual falha em entender o completo potencial da tecnologia de energia limpa é alarmante", disse a diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven, em comunicado. 

"A contínua forte dependência de um reduzido grupo de tecnologias e combustíveis fósseis é uma ameaça significativa para segurança energética, crescimento econômico estável e bem-estar global, assim como para o meio ambiente", disse. 

Energia eólica é aposta

Segundo a agência, as tecnologias com maior potencial, como captura e armazenamento de carbono, energia eólica offshore e energia de concentração solar (CSP), estão apresentando os menores progressos. 

Apesar do portfólio de projetos ser considerável, a recessão e a contenção de gastos em muitos países estão desviando fundos e retardando projetos de CSP, um sistema que usa lentes para focar uma grande quantidade de luz solar em uma pequena área para gerar energia, disse a agência. 

A AIE citou a Espanha e os Estados Unidos, líderes mundiais na tecnologia de concentração solar, como exemplos. 

Outra tecnologia com potencial ainda não realizado é a captura e armazenamento de carbono, vista como a única que permite setores da industria como fábricas de aço e ferro a atingir as metas de redução de emissões, afirmou a AIE. 

Os governos precisam exigir níveis de desempenho mais severos nos setores de construção civil e transportes para melhorar a eficiência energética, acrescentou.  

Somente as tecnologias mais maduras como hidrelétrica, biomassa, eólica onshore e produção solar fotovoltaica estão tendo progresso suficiente, segundo a agência. 

"Eletricidade de baixa geração de carbono já é competitiva em muitos mercados e terá uma fatia crescente na geração nos próximos anos", afirmou o relatório. 

No setor de transportes, a AIE disse que a meta dos governos para veículos elétricos, estabelecida em 20 milhões de veículos nas ruas em 2020, são encorajadoras, mas pode ser difícil de ser atingida, tendo de dobrar a atual capacidade planejada da indústria. 

(Com informações da Reuters)