Topo

Pessoas devem ser "acionistas" dos países, diz mentor da ECO92

Matheus Lombardi

Do UOL, no Rio

16/06/2012 12h59Atualizada em 16/06/2012 14h10

Os cidadãos devem ser tratados como acionistas dos países onde vivem, como numa relação de mercado. Essa é a opinião do ex-secretário e um dos mentores da ECO92, Maurice Strong, para que o mundo possa ser mais igualitário e menos desigual nos próximos anos.

"Boa parte do futuro, da subsistência, virá do capital. Cada cidadão deve ser visto como um acionista do seu país, como se fosse uma grande corporação. Todos devem ser iguais e devem ter uma participação igualitária dos recursos", disse.

Strong participou neste sábado (16) dos Diálogos do Desenvolvimento Sustentável, série de debates promovidos pelo governo brasileiro com a sociedade civil dentro da Rio+20.

Sobre a distribuição de renda, o professor da Universidade de Pequim afirma que os recursos não podem ficar concentrados apenas entre a minoria mais rica.

"Temos que ter um novo modelo na economia mundial. É uma revolução pacifica, mas espero que a Rio+20 possa dar início a esse processo", afirmou.

Na opinião do mentor da ECO92, a educação é a chave fundamental para essa "revolução".

"O que estamos realmente buscando é a capacidade de ganhar a vida. Com a educação teremos mais oportunidade de fazer essa mudança", declarou. 

Entenda

Os "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável" foram propostos pelo governo brasileiro para anteceder a Rio+20. Até o dia 19 de junho, no Riocentro, Rio de Janeiro, representantes da academia e também de movimentos sociais, setor privado e a população em geral se reúnem para debater temas centrais da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável e fazer recomendações para os chefes de Estado.

As discussões irão partir de 10 recomendações saídas da plataforma online Diálogos do Rio sobre os temas: oceanos; água; segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento sustentável para o combate à probreza; desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômica e financeira; energia sustentável para todos; a economia do desenvolvimento sustentável, incluindo padrões sustentável de produção e consumo; cidades sustentáveis e inovação; desemprego, trabalho decente e migrações; e florestas.

No final, serão escolhidas três por tema para serem encaminhadas aos Chefes de Estado na Rio+20, que acontece de 20 a 22 de junho.