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"A comida aqui é insustentável", diz fundador do movimento Slow Food na Rio+20

Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, em evento realizado em abril na Bélgica - EFE/Julian Warnand
Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, em evento realizado em abril na Bélgica Imagem: EFE/Julian Warnand

Maria Denise Galvani

Do UOL, no Rio

18/06/2012 16h39Atualizada em 18/06/2012 20h47

O ambientalista e fundador do movimento Slow Food, o italiano Carlo Petrini, não consegue almoçar no Riocentro, o galpão de convenções onde acontece a Rio+20. "A comida aqui é insustentável. Não é orgânica", disse ele ao UOL.

Petrini é o fundador do movimento "Slow Food", que surgiu em 1989 para marcar oposição à escalada do "fast food" e da alimentação pouco saudável. Hoje o movimento tem apoiadores em mais de 150 países. Ele participa como convidado e organizador de uma série de eventos na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece até o dia 22 de junho.

Para escolher onde fazer suas refeições no Rio, Petrini anda com um guia que dá 100 indicações de restaurantes naturais na cidade. "É ridículo que uma cidade como o Rio de Janeiro tenha apenas seis feiras organizadas por produtores da região", disse Petrini.

Petrini defende que a escolha do que comer é essencial para o debate sobre desenvolvimento sustentável. "Os consumidores têm que se colocar como coprodutores na cadeia dos alimentos: organizar feiras orgânicas, se educar para comer bem, plantar hortas em casa e nas escolas", diz Petrini.

Na Rio+20, Petrini participou do debate sobre fome na série Diálogos com a Sociedade Civil, onde defendeu os direitos dos pequenos agricultores à terra, às sementes e a meios adequados de distribuição de sua produção. "A agricultura familiar é que salva as pessoas da fome", afirma.