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Ministra diz que Dilma costuma mandar bilhetes e nega acordo sobre MP

31/08/2012 17h04

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta sexta-feira (31) que recebe frenquentemente bilhetes da presidente Dilma Rousseff e reiterou que não houve acordo entre ruralistas e o Planalto para alterar a Medida Provisória do Código Florestal.

"As manchetes anunciavam acordo com o governo... diziam que o governo cedeu, mas o governo não cedeu. Foi um acordo feito pela base do governo. Ela pediu esclarecimento, e o bilhete deixou claro que não há acordo do Executivo com o Congresso de alterar a medida", disse ela a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.

"Não sei se a base está desafinada, mas parte da base se esforçou para preservar a MP e parte do que foi acordado sequer estava em texto de emenda e destaque", acrescentou a ministra.

A presidente Dilma foi flagrada por fotógrafos, durante reunião na quinta-feira do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, trocando bilhetes com Izabella e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). 

Conforme mostram as fotos, a presidente teria cobrado explicações sobre o suposto acordo que levou à aprovação da MP na comissão mista que analisa a matéria. 

"Ela manda bilhete, já recebi bilhetes, manda emails e sempre quer saber da informação", disse Izabella. 

A presidente se mostrou insatisfeita com as notícias publicadas pela mídia de que fora fechado um acordo na véspera entre representantes do governo e da bancada ruralistas também durante discurso na reunião do conselho.

Em nota, a Secrataria de Relações Institucionais também desautorizou as informações, afirmando que "a aprovação da MP 571 (Código Florestal)... não teve aval ou concordância do governo federal".

A MP, aprovada na quarta, ainda precisa ser votada nos plenários da Câmara e do Senado até o dia 8 de outubro, ou perde a eficácia. O prazo para a aprovação da medida é considerado apertado, uma vez em que o Congresso trabalha apenas em algumas semanas do mês, devido a campanhas para as eleições municipais. 

"Vamos ver como vai ficar no plenário. Isso vai para plenário", afirmou, ressaltando que não conta com a perda do prazo de no começo de outubro. "Não contamos com nada disso e sim com o diálogo no Congresso Nacional", afirmou.

O acordo que permitiu a aprovação na comissão mista incluiu a mudança de um dos pontos mais sensíveis da MP, o dispositivo que trazia um escalonamento com as faixas de vegetação a ser reflorestada ao longo de cursos d'água levando em conta o tamanho da propriedade e a largura do rio.