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Verdes denunciam projeto de fertilização do mar no Canadá

Em Ottawa

19/10/2012 10h06

A líder e única deputada do Partido Verde canadense, Elizabeth May, denunciou na última quinta-feira (18) um projeto de fertilização do mar com ferro jogado no Pacífico com o aval passivo do governo de Ottawa, denunciou.

A legisladora apoiou sua denúncia em informações publicadas na imprensa, inclusive algumas publicadas no jornal britânico The Guardian, segundo as quais um empresário americano, Russ George, chefiaria um experimento de geoengenharia que consiste em espalhar 100 toneladas de sulfato de ferro perto do litoral da província de Columbia Britânica (oeste).

O objetivo seria gerar a rápida proliferação de plâncton em uma área de 10.000 km2. O plâncton deveria absorver dióxido de carbono (CO2) e em seguida ir para o fundo do mar.

"Este tipo de experimento é muito arriscado. Os cientistas advertem que pode destruir os ecossistemas marinhos, criar marés tóxicas, acelerar a acidificação da água e o aquecimento global", disse, em um comunicado.

"Parece que o governo canadense esteve a par do projeto e permitiu que siga adiante", acusou a deputada.

O Ministério do Meio Ambiente destacou que o assunto estava sendo investigado desde 30 de agosto, após terem sido divulgadas informações sobre "um possível acidente".

Sem entrar em detalhes, "porque a investigação está em curso", o porta-voz do Ministério, Adam Sweet, explicou que, na primavera boreal, funcionários tinham informado os representantes do projeto sobre os protocolos a seguir.

Estes protocolos, disse, preveem que qualquer depósito de ferro, dentro ou fora do limite das águas territoriais canadenses, constitui uma infração "a menos que se realize no âmbito de pesquisas científicas".

Mas Ottawa não recebeu nenhuma solicitação deste tipo, disse Sweet.

O ensaio foi apresentado no jornal de referência no Canadá, o The Globe and Mail, como uma tentativa de matar dois coelhos com uma cajadada só: reduzir a taxa de CO2 na atmosfera e proporcionar alimento aos peixes, que se tornaram escassos na área, reduzindo assim o desemprego em povoados pesqueiros.

Mas o experimento foi duramente criticado no âmbito da conferência da ONU sobre biodiversidade, que termina nesta sexta-feira (19) em Hyderabad, Índia.