Aquecimento global pode causar nanismo em mamíferos, afirma estudo
O aquecimento global desencadeado pela atividade humana na Terra pode ter o efeito de encolher o tamanho de certas espécies de mamíferos, causando nanismo nos animais, diz novo estudo conduzido pela Universidade do Michigan, nos Estados Unidos.
Segundo o estudo, a descoberta se baseia no fato já conhecido de que encolhimentos semelhantes ocorreram em duas ocasiões no passado, porém sem a interferência do homem: há 55 milhões de anos, durante o período conhecido como Máximo Térmico do Paleoceno Superior; e há 53 milhões de anos.
Ambos os períodos foram marcados por uma escalada na temperatura global. À época, animais de grupos como o dos primatas e o de cavalos e veados foram atingidos e tiveram suas dimensões corporais reduzidas.
A descoberta foi possível após análise de fósseis de animais que viveram nesses dois períodos.
A observação de dentes e mandíbulas de mamíferos dessas épocas apontaram, por exemplo, que uma espécie ancestral de cavalo já extinta e que tinha o tamanho de um pequeno cão —o Hyracotherium— encolheu em até 30% durante os anos em que a Terra experimentou subida em suas temperaturas.
Para o paleontologista Philip Gingerich, as consequências desses períodos de aquecimento global no passado da Terra levam a concluir que seus efeitos se repetirão caso as temperaturas do planeta voltem a subir.
"O fato de que isso aconteceu duas vezes aumenta nossas suspeitas de que se deram numa reação de causa e efeito, mostrando que um desdobramento do aquecimento global no passado foi uma diminuição substancial no tamanho corporal de algumas espécies", diz o cientista na divulgação do estudo.
Após o estudo, os cientistas concluíram que a diminuição nas dimensões de animais "parecem ser uma resposta evolutiva comum" dos mamíferos aos períodos de calor extremo no planeta e que "portanto, podem ser uma reação natural de algumas espécies a um futuro aquecimento global".
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