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Declínio na população de leões, ursos e lobos prejudica áreas verdes

À esquerda, um leopardo, importante predador, que está em sério declínio. À direita, lobos são um dos importantes grupos de predadores que estão desaparecendo e causando danos ecológicos - Kirstin Abley/Doug McLaughlin/Oregon State University
À esquerda, um leopardo, importante predador, que está em sério declínio. À direita, lobos são um dos importantes grupos de predadores que estão desaparecendo e causando danos ecológicos Imagem: Kirstin Abley/Doug McLaughlin/Oregon State University

Do UOL, em São Paulo

10/01/2014 17h10

O declínio na população de animais carnívoros de grande porte, como leões, ursos e lobos, coloca em risco a preservação de áreas verdes no mundo, alerta um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, e destacado pelo periódico Science nesta quinta-feira (9).

De acordo com os pesquisadores (que tiveram colaboradores em países como Austrália, Suécia e Itália) mais de 75% das 31 espécies de carnívoros de grande porte vêm experimentando declínio em suas populações.

O efeito, alertam eles, pode ser sentido "dos trópicos ao Ártico".

No estudo são citadas as regiões de Ásia, Sul e Leste da África e a Amazônia —outras partes do mundo, como a Europa Ocidental e o Leste dos Estados Unidos, já não possuem exemplares desses animais há muito tempo.

Puma e lobo em Yellowstone

Para ilustrar a importância dos grandes carnívoros na preservação de áreas verdes, os pesquisadores William Ripple e Robert Beschta documentaram o impacto que a ausência de animais como o puma (no Brasil, também chamado de suçuarana) e o lobo causou em áreas de floresta em parques nacionais dos EUA como o Yellowstone (localizado no noroeste daquele país).

De acordo com eles, uma menor presença desses carnívoros levou a um aumento na população de outros animais, como veados e alces, que por sua vez, alimentam-se da vegetação.

Com menos vegetação, não demora muito para que a área deixe de ter pássaros e mamíferos de pequeno porte, alterando o ecossistema e deteriorando a preservação do local em efeito dominó.

Estudos envolvendo outros carnívoros de grande porte, como leões, linces, dingos (espécie de lobo) e lontras-marinhas, e outros locais apontaram consequências semelhantes.

Efeitos em pró-ecologia

Para os pesquisadores, a ideia de que predadores prejudicam o meio ambiente e exterminam na totalidade peixes e outros elementos da vida selvagem é ultrapassada.

"Nós estamos perdendo nossos grandes carnívoros em âmbito mundial. Muitos estão em perigo", disse Ripple, na divulgação do estudo. "Suas populações estão colapsando. Muitos desses animais já estão em vias de extinção, seja local ou globalmente. E, ironicamente, é agora, em meio a seu desaparecimento, que estamos aprendendo sobre a importância de seus efeitos em prol da ecologia."

A dupla de pesquisadores, em parceria com outros cientistas de nações europeias, pedem que uma iniciativa internacional seja criada pela ONG Large Carnivore Initiative for Europe, de forma a permitir a conservação desses animais em coexistência com o homem.