Estudo prevê que degelo na Antártida pode ser duradouro
A geleira da ilha do Pinho, no oeste da Antártida, onde o degelo contribui para a elevação do nível dos mares, pode continuar derretendo durante décadas, advertiram cientistas em um estudo baseado na evolução passada deste glaciar.
Este novo trabalho, realizado por geólogos britânicos, americanos e alemães, publicado nesta quinta-feira na revista americana Science, revelou que a geleira já sofreu um degelo há 8.000 anos tão rápido quanto o observado nas últimas décadas.
Esta descoberta aporta um modelo importante para antecipar o comportamento futuro da geleira, explicaram os cientistas.
Com 160.000 quilômetros quadrados, o correspondente a cerca de 30% da superfície de um país como a França, o glaciar da ilha do Pinho sofre atualmente com uma aceleração na velocidade de seu escorregamento e a redução de sua massa. Os geólogos explicaram este fenômeno pelo aumento do volume das águas mais quentes circundantes sob a geleira.
Após vinte anos de degelo rápido, os cientistas estão preocupados e se questionam sobre a massa de gelo que acabará chegando aos oceanos no futuro. A geleira do Pinho é responsável, sozinha, por 20% da contribuição da região oeste da Antártica na elevação do nível do mar.
As rochas expostas depois do recuo da geleira oferecem indícios preciosos sobre as mudanças que aconteceram no passado e ajudam os cientistas a prever sua evolução futura.
"Nossos dados geológicos nos mostram a história deste glaciar em um nível de detalhes sem precedentes", destacou Joanne Johnson, do Instituto de Geofísica britânico da Antártica.
"O fato de que tenha derretido rápido no passado mostra a que ponto é sensível às mudanças ambientais e como pequenas mudanças podem produzir eventos drásticos e duradouros", acrescentou.
"Com base nisso que nós sabemos, podemos prever que a perda rápida de gelo continuará durante um longo tempo", segundo esta cientista, sobretudo se o degelo resultante do contato do oceano com o glaciar continuar no ritmo atual", prosseguiu.
O degelo deste glaciar ocorre, atualmente, em mais de 100 bilhões de toneladas por ano contra 20 bilhões de toneladas por ano entre 1992 e 2011, segundo uma pesquisa realizada pela equipe científica internacional, publicada em janeiro na revista britânica Nature.
Segundo o modelo, este degelo contribuirá para uma elevação do nível do mar de 3,5 a 10 milímetros nos próximos 20 anos.
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