Prefeitura de Salto vai usar tirolesa para remover lixo do rio Tietê
A Prefeitura de Salto (101 km de São Paulo) retirou, em cinco dias de trabalho, 6,6 toneladas de lixo de uma área de um um quilômetro em uma das margens do Rio Tietê. O trabalho foi iniciado na semana passada e finalizado ontem. Na sexta-feira, a administração deve iniciar o trabalho para retirar lixo da outra margem do rio, de acesso mais difícil, fazendo uso até de tirolesa.
O trabalho de remoção só foi possível graças à seca que afeta o Estado de São Paulo. O Tietê tem seu menor nível na cidade em 70 anos, com profundidade cerca de nove metros menor que a registrada em épocas de cheia. No total foram 2,2 toneladas de madeiras de 4,4 toneladas de outros produtos. As madeiras foram enviadas para uma fábrica e utilizadas para produção de energia, enquanto os demais produtos foram destinados ao aterro sanitário de Salto.
Com isso, é possível observar, nos pontos turísticos da cidade, o leito seco do rio, sem lixo. Antes da iniciativa, o local estava repleto de garrafas pet, o que tornava impossível ver as pedras do leito. “Agora é possível ver o rio, as pedras, e não lixo. A importância maior do que fizemos é justamente conscientizar as pessoas sobre o que estava sendo feito com o rio”, afirmou João De Conti Neto, secretário de Meio Ambiente do município paulista de Salto.
Conti Neto ressaltou que a prefeitura tentou reaproveitar os materiais para reciclagem.”Não dava para reaproveitar nada. Chegamos a falar com cooperativas, mas fomos orientados a descartar esse material. Além de o material estar com sua estrutura modificada, ele estava contaminado pelo esgoto do rio e poderia causar problema a quem viesse a manuseá-lo”, disse.
Remoção
O trabalho de remoção foi feito por oito servidores municipais, de forma voluntária. Eles receberam treinamento específico para o trabalho, inclusive aulas de rapel, para acessarem áreas mais difíceis no leito seco do rio. Foram retiradas do rio desde garrafas pet até roupas, passando por pequenos móveis, isopor, remédios, aparelhos eletrônicos, capacetes e itens esportivos, como bolas e raquetes de tênis.
O material, proveniente das cidades que margeiam o Tietê acima de Salto, estava acumulado principalmente na lateral esquerda da Ilha dos Amores e embaixo da Ponte Pênsil, dois pontos turísticos da cidade. Nesse último local, existe um canal que acaba represando todo tipo de resíduo trazido pelo rio, o que aumenta a incidência de lixo.
Mais trabalho
De acordo com Conti Neto, com o lixo retirado de uma das margens, a meta agora é limpar a outra margem do Tietê.
“Temos partes isoladas do rio onde há muito entulho, mas o local é de difícil acesso”, disse o secretário. “É bem provável que tenhamos de retirar o lixo com tirolesa”.
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