Governo mostra a investidores Brasil "ambientalmente sustentável"
Cerca de um mês depois de enfrentar uma crise internacional de imagem devido ao avanço das queimadas na Amazônia, o governo brasileiro apresentou hoje para investidores o país como "environmentally aware and sustainable" —"ambientalmente consciente e sustentável", em tradução livre.
A afirmação apareceu em um vídeo institucional, narrado em inglês, exibido em telões antes do início do Fórum de Investimentos Brasil 2019, que acontece hoje e amanhã em São Paulo e tem o objetivo de promover oportunidades de investimento no país. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) discursa na abertura do evento.
O mote da peça promocional é "Meet Brazil by Brazil" —em tradução livre, "conheça o Brasil por meio do Brasil".
Também foram veiculadas peças publicitárias em português com o mesmo slogan. "O mundo precisa conhecer o Brasil by Brasil", diz o narrador na abertura dos vídeos.
Elogio ao Código Florestal
No vídeo em português especificamente sobre meio ambiente, o Brasil é apresentado como um país que preserva 60% de sua vegetação nativa e tem a maior biodiversidade do mundo.
"Nossa matriz energética é limpa e renovável, e temos um Código Florestal que é modelo para o mundo. Conheça um novo Brasil, consciente e sustentável. Conheça o Brasil by Brazil", diz a peça publicitária.
Em junho, Bolsonaro publicou uma medida provisória retirando do Código Florestal o prazo para a inscrição de propriedades rurais no CAR (Cadastro Ambiental Rural). O CAR é uma base de dados que serve para monitorar a preservação e o desmatamento em propriedades rurais. Ontem, o Senado aprovou a medida provisória.
Os vídeos em português e inglês falam também de "um novo Brasil" com o que o governo classifica como maior pacote de concessões em infraestrutura do mundo, de US$ 50 bilhões, e enaltece o domínio, pela Petrobras, da tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas.
A menção ao petróleo não é por acaso. Com o leilão para exploração do pré-sal marcado para o dia 6, a União espera arrecadar R$ 106 bilhões. Ontem, o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou as regras do leilão, o que foi motivo de comemoração no governo.
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