Juiz devolve inquérito para polícia ouvir testemunhas de brigadistas no PA
Resumo da notícia
- Polícia deve ouvir 13 testemunhas no caso que investiga os incêndios em Alter do Chão
- Brigadistas foram indiciados, mas defesa questionou o fato de que testemunhas indicadas não terem sido ouvidas
- Juiz apontou as novas diligências como "imprescindíveis ao oferecimento de denúncia"
A Justiça do Pará determinou ontem que a Polícia Civil reabra a investigação e ouça 13 testemunhas no caso que investiga os incêndios em Alter do Chão. O prazo dado para que isso seja feito é de 30 dias.
O inquérito já havia sido concluído e entregue à Justiça no dia 19 de dezembro, com o indiciamento de quatro brigadistas e uma quinta pessoa que não fazia parte da Brigada. Entretanto, a defesa questionou o fato de que testemunhas indicadas não foram ouvidas.
A decisão de ontem, do juiz da 1ª Vara Criminal de Santarém, Alexandre Rizzi, acolheu pedido do MP (Ministério Público) do Pará, que apontou as novas diligências como "imprescindíveis ao oferecimento de denúncia."
O pedido já havia sido feito pela defesa dos brigadistas, que criticou a negativa de acesso ao inquérito pela polícia.
Na decisão, o juiz também determina que a polícia paraense encaminhe os laudos periciais solicitados para a PF (Polícia Federal) em Santarém. Para o MPF (Ministério Público Federal), o caso deveria ser investigado pela PF, não pela polícia civil.
Segundo a investigação da polícia civil, os brigadistas seriam os responsáveis pelos incêndios, causados com objetivo de captar recursos de organizações internacionais. A versão é contestada pelos brigadistas e por entidades ligadas à proteção ambiental.
Em nota, os advogados que atuam na defesa disseram que a volta das investigações "reabre caminho para o esclarecimento da verdade dos fatos em relação ao alegado envolvimento dos brigadistas voluntários nos incêndios em Alter do Chão."
"Precipitação e falhas do inquérito, indiciamento sem provas, necessidade de mais testemunhos e de inclusão do laudo da perícia conduzida pela Polícia Federal são problemas que agora poderão ser corrigidos pela Polícia Civil", completa a nota.
Os quatro brigadistas chegaram a ser presos em novembro por três dias, mas foram soltos após a repercussão negativa das detenções. O governo do estado chegou a mudar o delegado do caso após o episódio.
Uma investigação da PF apontou que grileiros seriam os suspeitos de atearem fogo na floresta para desmatamento.
A área de floresta de Alter do Chão é fruto de uma disputa entre turismo e produtores de soja, e alvo de grande tensão há anos.
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