Espanha lamenta que rascunho de acordo reduza ambição em combustíveis fósseis
Em declarações à imprensa espanhola, a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou que as modificações feitas pelo presidente da COP26, Alok Sharma, ao texto "em alguns casos foram para o bem e em outros, no entanto, reduziram a força do compromisso".
"Vimos um movimento em que foram introduzidas nuances, aquele clamor da presidência pelo desaparecimento dos subsídios ao carvão e aos combustíveis fósseis", disse.
O primeiro texto, divulgado na quarta-feira passada, pedia para que os países "acelerem o fim dos subsídios ao carvão e aos combustíveis fósseis", mas o novo limita esse pedido à "eliminação do carvão sem sistemas de captura de carbono" e "subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis".
"Na realidade, o que os economistas especializados dizem é que os subsídios aos combustíveis fósseis nunca são eficientes. Portanto, nunca faz sentido introduzir este adjetivo", disse Ribera, ao prever que nas próximas horas "as vozes que pedem um compromisso serão ouvidas em alto e bom som".
Como prova desta pressão crescente, ela explicou que nesta sexta-feira se encontrou com os países da aliança para uma grande ambição e constatou que havia "unanimidade" no sentido de que a COP26 deve reforçar as principais mensagens políticas sobre financiamento, adaptação e também mitigação, ou seja, medidas para frear o aquecimento global.
"É um momento de compromisso do lado financeiro e do lado da mitigação que a presidência britânica não pode desperdiçar", acrescentou.
Sobre as melhorias introduzidas no texto, Ribera elogiou que "não se contenta em constatar que não cumprimos, (mas) reforça o compromisso de assegurar que o aumento da temperatura se mantenha em 1,5" grau Celsius.
Com este objetivo em mente, "ativa todo um processo de análise e convida aqueles que ainda têm espaço para aumentar as suas contribuições ou para contribuir pela primeira vez", comentou.
Os "elementos inovadores" introduzidos pelo projeto de financiamento são particularmente relevantes, afirmou a ministra espanhola, pois "generaliza o sentimento de que todos os fluxos financeiros devem ser compatíveis com a segurança climática".
Ribera destacou os apelos no texto para introduzir inovações nestes fluxos e o fato de ser reconhecida a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de permitir o uso de direitos de saque especiais para o financiamento climático.
"Isto é muito importante porque o Acordo de Paris já declarou em 2015 que, além dos US$ 100 bilhões que temos de fornecer coletivamente aos países em desenvolvimento, devemos assegurar que todos os fluxos financeiros globais sejam compatíveis com as necessidades climáticas", disse ele. EFE
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