Desmatamento na Amazônia cai 42% de janeiro a julho
O desmatamento na região amazônica caiu 42% de janeiro a julho, meses durante o governo Lula (PT), em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente.
O que aconteceu
Se considerar o período anual, de agosto de 2022 a julho de 2023, a queda foi de 22,3%. Os dados são do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), divulgado nesta tarde pela ministra Marina Silva em entrevista no Palácio do Planalto.
Neste ano, foram desmatados cerca de 9.000 km² na região. Esta é menor taxa desde 2019, primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro (PL).
Considerando todo o período mapeado, houve uma redução de 2.593 km² de desmatamento em relação a 2021/2022. O estado de Amazonas foi o que mais houve queda, de 64%.
Marina reafirmou o compromisso do presidente Lula com desmatamento zero até 2030 e atribuiu a dificuldade de alcançar essa meta às ações do governo passado, quando houve, segundo ela, um "completo desmonte" às ferramentas de combate e fiscalização e "incentivo a atividades que resultavam no desmatamento".
Conseguimos uma redução de 22% do desmatamento mesmo tendo uma 'contratação' de 6 mil km² [desmatados na região, entre agosto e dezembro de 2022] do governo Bolsonaro. [...] Nós sabíamos que era um desafio muito grande.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
A ministra disse ainda que a tendência para este segundo semestre é de queda, mesmo com a seca que atingiu a região em outubro. "As ações que nós temos feito caminham para isso", disse.
Aumento da fiscalização como causa para queda
Como justificativas para a redução, o Ministério do Meio Ambiente destacou as seguintes ações:
- Aumento de multas e embargos com adoção de ações remotas;
- Apreensão de produção e destruição de bens apreendidos em áreas embargadas por desmate ilegal;
- Cancelamento, suspensão e pendência do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em terras indígenas, unidades de conservação e florestas públicas não destinadas e áreas privadas;
- Articulação com estados para ações integradas de controle do desmatamento;
- Ações de desintrusão e controle do espaço aéreo em terras indígenas (garimpos clandestinos);
- Fortalecimento do controle de crimes ambientais na Amazônia e ilícitos na fronteira.
Pode imaginar se a tendência que nós pegamos, se ela continuasse, a situação que não estaríamos hoje. Porque temos uma combinação perversa e destruição de política pública, de incentivo à criminalidade e, ao mesmo tempo, o El Niño potencializado pela mudança do clima. O mundo entende isso e sabe o esforço que está sendo feito. É só olhar imagem de satélite.
Marina Silva, sobre desafios futuros
Fumaça em Manaus
Em outubro, Manaus foi encoberta por fumaça e registrou qualidade do ar "perigosa", de acordo com portal World Air Quality Index, que monitora a qualidade do ar no mundo. A capital do Amazonas tem sofrido com poluição decorrente de queimadas. Segundo a Prefeitura de Manaus, foram registrados 504 focos de incêndio no estado nos últimos dois dias.
De acordo com o monitor, a cidade alcançou pior momento ao meio-dia, com 502 pontos. Quanto mais próximo de zero, menos poluído está o ar no local.
Há uma chance de risco, com certeza. O El Niño é risco de preocupação, por isso estamos agindo preventivamente já para 2024. Uma coisa é você ter ação de gravidade como esta somada a ações ilegais sem que você esteja devidamente preparado e, de forma proativa, fazendo enfrentamento do problema.
Marina Silva, sobre desastres naturais