Aranha-pavão seduz com abdômen colorido e dança, mas ritual pode ser mortal
Do UOL, em São Paulo
16/04/2024 04h00
Um abdômen colorido e uma dança que mexe o corpo inteiro: é assim que as aranhas-pavão (Maratus) machos seduzem as fêmeas para o acasalamento. Nativa da Austrália, novas espécies dessa aranha estão sendo descobertas ao longo dos anos e chamando atenção dos estudiosos pela exuberância na hora de se reproduzir.
Como é o acasalamento?
Para atrair a fêmea, o macho "dança" de um lado para o outro, como um siri, agitando as patas para cima e vibrando o abdômen. Também exibem uma espécie de cauda colorida e exuberante, chacoalhando todo o corpo. Ele é capaz de mudar as vibrações abdominais para dissuadir a fêmea até que ela seja seduzida.
Se a dança não agradar à fêmea, ela o mata. A fêmea pode até imitá-lo insinuando que ele é rival. E, caso esteja com fome, o macho poderá se transformar em sua presa, como descreve a revista científica Discover Magazine.
Apenas os machos são coloridos. Enquanto isso, as fêmeas têm cores mais discretas. Além disso, eles são menores do que elas. Mas o tamanho dessas aranhas não passa de 5 mm.
Há diferentes espécies do gênero Maratus. Uma das primeiras a ser identificada foi a Maratus Volans, documentada pela primeira vez em 1874 pelo reverendo Octavius Pickard-Cambridge. Desde então, os cientistas têm descoberto outras espécies. Elas diferem no tamanho, nas cores do abdômen e nas regiões da Austrália em que são encontradas.
Grandes saltadoras
Essas aranhas podem saltar uma distância de até 30 vezes o seu tamanho. Elas pertencem à família Salticidae, cujas espécies também são conhecidas como aranhas-saltadoras.
Essa habilidade de saltar as tornam muito ágeis para caçar seu alimento e também quando precisam fugir de algum perigo. Além disso, elas também possuem uma ótima visão.
Ed Ventura, biólogo do Instituto Bioventura
Elas não fazem teias, mas caçam ativamente. A tática é justamente se aproximar e saltar sobre a presa. Elas se alimentam de invertebrados e pequenos insetos. São peçonhas, "mas sua peçonha não oferece nenhum risco para os seres humanos ou pets, agindo apenas em suas pequenas presas", explica o biólogo Ed Ventura.