O que é o 'cavado', fenômeno que alivia calorão e vai trazer muitas chuvas
Colaboração para o UOL
08/10/2024 11h22
Após ondas de calor no pelo Brasil, a previsão do tempo indica que os próximos dias serão chuvosos na maior parte do país. Um fenômeno conhecido como "cavado" está por trás da mudança na temperatura e nas condições meteorológicas prevista pelos especialistas.
O que é 'cavado'?
"Cavado" é o nome dado a uma área de instabilidade que favorece a formação de nuvens de tempestade. Conforme a Climatempo, "cavado" é o nome utilizado pelos meteorologistas para identificar uma região na atmosfera em que ocorre uma ondulação do fluxo de ventos no sentido horário no Hemisfério Sul. Nessas condições, há também uma tendência à queda da pressão atmosférica.
"Cavados" podem ocorrer em vários níveis da atmosfera ao mesmo tempo. Eles podem acontecer em qualquer época do ano e é possível que os "cavados" estejam apenas na superfície ou, ainda, sobrepostos em diferentes níveis da atmosfera. Dependendo das condições de temperatura e umidade na região atingida pelo fenômeno, a passagem de um "cavado" causa bastante instabilidade e provoca fortes chuvas.
Passagem de vários pequenos "cavados" em um espaço curto de tempo também é notada pelos meteorologistas. Este cenário é chamado pelos especialistas de "cavados de onda curta".
"Toda frente fria tem um 'cavado', mas nem todo 'cavado' é uma frente fria", diz a Climatempo. Na imagem abaixo, a linha em curva representa o "cavado", sendo que a linha tracejada indica o eixo que divide o fenômeno ao meio. De acordo com a Climatempo, as áreas de instabilidade se formam a leste do eixo do cavado. Confira a diferença na movimentação dos ventos entre o fenômeno e os sistemas de baixa pressão.
O "cavado" é o principal fator para o tempo bastante instável em grande parte do país nesta semana. Segundo a Climatempo, nos próximos dias haverá a combinação de vários sistemas meteorológicos trabalhando juntos para espalhar chuva por várias áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. "O principal fator será a atuação de um cavado — uma área alongada de baixa pressão — que, junto com uma baixa pressão em superfície e o avanço de frentes frias, contribuirá para a manutenção da chuva ao longo da semana."
Esse padrão trará uma regulação importante na temperatura, aliviando o calor intenso em diversas regiões da faixa central do país. Climatempo, em nota
Brasil deve ter a semana mais chuvosa dos últimos 6 meses
Chuva deve atingir regiões do centro-sul do Brasil, segundo a Climatempo. A área de instabilidade prevista vai contribuir para a manutenção da chuva ao longo da semana. Esse padrão, diz o instituto, deve trazer uma regulação importante na temperatura, aliviando o calor intenso em diversas regiões da faixa central do país.
O maior volume deve atingir, principalmente, o Rio Grande do Sul. O estado deve ter um período chuvoso mais intenso, principalmente nas regiões oeste e norte. A previsão é de um acumulado de até 70 mm — ou seja, são 70 litros de água de chuva em área de um metro quadrado.
Santa Catarina e Paraná também terão chuvas durante a semana. No Paraná, a chuva deve ficar concentrada no centro-sul do estado, onde os volumes devem ser mais expressivos. Em Santa Catarina, praticamente todo o território será afetado por essa instabilidade. A expectativa é de até 50 mm de chuva no período.
Frente fria deve avançar pelo Centro-Oeste a partir de quarta-feira (9). Mato Grosso do Sul deve receber um acumulado de até 40 mm em algumas cidades da porção centro-sul. Goiás, Mato Grosso e o Distrito Federal também devem registrar precipitações importantes, conforme previsão.
Semana deve ser a mais chuvosa registrada no país nos últimos seis meses, apontam as previsões da MetSul. O aumento das precipitações na maioria do território nacional marca a mudança da temporada de seca, acentuada nas últimas semanas de inverno, para o início de dias mais úmidos e chuvosos, comuns na época da primavera.
Conforme a MetSul, esse período de precipitações poderá se estender por 10 dias e deverá cobrir a maior parte do País, com exceção de regiões do Nordeste. A previsão indica que os maiores acumulados se concentrarão em Santa Catarina e no Paraná, cujas cidades podem registrar um volume de chuvas superior ao de 100 mm.
Precipitações devem atuar no arrefecimento dos incêndios, que têm atingido diferentes municípios paulistas. Nos últimos meses, o estado de São Paulo registrou recorde de queimadas, conforme dados registrados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Calor no Sudeste deve diminuir no meio da semana. A atenção deve ser focada principalmente para os litorais paulista, fluminense e capixaba, onde os acumulados de chuva podem ultrapassar os 60 mm em alguns pontos.
Chuva será mais moderada no interior de São Paulo. Ainda assim, a precipitação será importante para a região, que sofre com seca e incêndios intensos nos últimos meses. O Triângulo e Sul de Minas podem receber acumulados entre 20 e 30 mm, segundo a previsão.