O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, anulou na segunda-feira (28) todas as condenações da Lava Jato contra o ex-ministro José Dirceu (PT). Com a decisão, Dirceu deixou de ser "ficha suja" e retoma seus direitos políticos. A decisão atende a um pedido da defesa para estender ao ex-ministro a decisão da 2ª turma do STF que considerou o ex-juiz Sergio Moro suspeito para julgar Lula. Ela não é definitiva e ainda pode ser julgada pela 2ª turma. Diante da decisão, Carolina Brígido ressalta a mudança de percepção de Gilmar em relação ao réu, cuja história reescreve -de artífice do mensalão a vítima da Lava Jato. Para Josias de Souza, a decisão de Gilmar ajuda a explicar a derrota da esquerda nas recentes eleições municipais. Na argumentação, segundo Josias, Gilmar atribui tudo a Moro, a sua "confraria" e às "perversões" da Lava Jato, mas esquece que isso não apaga crimes que foram cometidos. Leonardo Sakamoto afirma que a decisão de Gilmar Mendes manda um "recado" à Justiça. Segundo ele, havia "problemas reais" na Petrobras, mas, no afã de atingir o então ex-presidente Lula e de "tirar do jogo" figuras importantes do PT, foi feita muita coisa fora da lei. Para Sakamoto, Moro e a Lava Jato são os principais responsáveis por essa situação. Finalmente, Wálter Maierovich defende que, por Gilmar ter muitas vezes levantado juízos negativos sobre Moro e a Lava Jato, sua decisão de reconhecer nulidade em favor de Dirceu é rigorosamente tão suspeita quanto a de Moro. Carolina Brígido: Gilmar Mendes, as convicções sobre José Dirceu e o vento Josias de Souza: Decisão esdrúxula de Gilmar ajuda a explicar derrota da esquerda Josias de Souza: Reescrito pelo STF, petrolão vira assalto por geração espontânea Leonardo Sakamoto: Gilmar Mendes dá recado à Justiça ao anular condenações de Dirceu Wálter Maierovitch: Decisão de Gilmar sobre Dirceu é tão suspeita quanto a de Moro PUBLICIDADE |  | |