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Miguel Jorge afirma que "olho do furacão" da crise econômica mundial já passou

Elaine Patricia Cruz<br>Da Agência Brasil<br>Em São Paulo

07/11/2008 18h23

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nesta sexta-feira (7) que o pior momento da crise econômica mundial já passou, mas ressaltou que as economias mundiais ainda devam sofrer mais algum tempo com os efeitos do "olho do furacão".

"Tem uma coisa chamada olho do furacão que fez os maiores estragos. No meu entendimento, o olho do furacão já passou", afirmou Miguel Jorge, alertando que os efeitos continuarão. "São os efeitos da crise, que perdurarão durante algum tempo. Certamente aquela neurose, aquela esquizofrenia dos mercados já passou", enfatizou o ministro, depois de participar do lançamento do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, no Salão do Automóvel, em São Paulo.

Segundo o ministro, os efeitos da crise foram sentidos no Brasil, principalmente com a redução na venda dos automóveis, na redução do crédito e da liquidez e na diminuição das operações interbancárias. Mas agora, de acordo com ele, essa situação começou a mudar. "Hoje já há operações interbancárias e o processo do crédito começou a voltar."

O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) , Jackson Schneider, concorda com o ministro: "Acho que o olho do furacão, da crise, principalmente no mercado internacional, foi embora. Temos agora que olhar e ver quais são os efeitos desse olho do furacão em vários mercados, não só no Brasil."

Para Schneider, a expectativa agora é positiva, principalmente após as medidas anunciadas pelo governo para conter a crise econômica no Brasil. "Tivemos uma restrição de crédito importante no último mês, mas achamos que, com essas últimas medidas anunciadas pelo governo, a restrição de crédito pode ser superada. Temos uma expectativa otimista em relação aos próximos meses".

"A indústria automotiva hoje representa quase 24% do produto industrial bruto. Quase um quarto do que se produz na indústria, se produz dentro da cadeia automotiva. Nós puxamos fortemente a indústria brasileira e, portanto, é fundamental que essa indústria não seja afetada com uma queda abrupta de vendas", afirmou o executivo. Ele acredita que a indústria automotiva continue crescendo em 2009, embora em ritmo menor que o deste ano.

Entre as medidas tomadas para conter a crise econômica está a liberação de R$ 4 bilhões do Banco do Brasil para os bancos das montadoras financiarem a venda de automóveis. Miguel Jorge observou que tais medidas são importantes e farão com que o processo de manutenção do crédito para o setor "volte ao normal paulatinamente".

"Os R$ 4 bilhões que são dirigidos aos bancos das montadoras para bancar as vendas serão importantes. Eles podem evitar uma queda mais brusca, que ainda não ocorreu, mas que pode ocorrer. É uma medida preventiva", disse o ministro.