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Temendo efeitos da crise, Kassab já fala em possíveis cortes de investimentos em SP

Rosanne D'Agostino<br/> Do UOL Notícias<br/> Em São Paulo

29/12/2008 18h18

O prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), não descarta a possibilidade de cortes em investimentos no novo mandato frente à prefeitura da capital paulista, em razão da crise econômica mundial. Kassab falou sobre possíveis cortes durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (29) durante a apresentação do balanço do primeiro mandato.
  • Jorge Araújo/Folha Imagem

    O prefeito Gilberto Kassab (DEM), faz balanço da gestão e avalia efeitos da crise em SP; ao fundo, o governador José Serra (PSDB)
    e o secretário Clóvis Carvalho



"Nosso objetivo é que não haja queda nas receitas e, com isso, não haja cortes. Mas, todo mundo sabe que é preciso ter responsabilidade. A crise existe, ela é internacional. Desde que ela existe, ela tem só aumentado a sua dimensão, portanto, seria uma leviandade muito grande nós menosprezarmos seus efeitos, suas conseqüências", disse o prefeito.

Kassab afirmou que não há nenhuma expectativa de aumento da carga tributária nem de criação de taxas e que manterá investimentos na área social, mas adiantou que pode haver cortes em outras áreas. "Com uma ação na saúde, no transporte e na educação, nós iremos cortar o mínimo possível das outras áreas. Nós ainda não iniciamos as reuniões para definir onde serão feitos cortes", disse, sem identificar quais delas seriam afetadas.

Ainda segundo Kassab, a prioridade será fazer um acompanhamento do controle das despesas. "Para isso, haverá um contingenciamento bastante amplo, para que a gente possa ir fazendo um acompanhamento da evolução das receitas e, na medida do possível, ir liberando as despesas para aquelas áreas que não são essenciais. Porque, nas áreas essenciais, não haverá alterações", completou.

O secretário de Finanças de Kassab, Walter Aluisio Morais Rodrigues, também não quis adiantar em que setores pode haver cortes, mas afirmou que a preferência será por diminuir despesas correntes. "Gasto bom a gente mantém."

O governador José Serra (PSDB), também presente, elogiou a gestão Kassab na área das finanças e assegurou a continuidade da parceria, mas também voltou a mostrar cautela com relação à crise. "Estamos juntos para enfrentar eventuais vicissitudes a partir do ano que vem".

Orçamento
A Câmara Municipal paulistana aprovou neste mês orçamento de R$ 27,5 bilhões para o próximo ano, R$ 1,9 bilhão a menos do que o enviado pelo Executivo. Uma das polêmicas levantadas foi a possibilidade de aumento nas tarifas de ônibus. Nesta segunda, Kassab reafirmou que manterá o valor da tarifa congelado em 2009.

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Na área da educação, Kassab afirmou que pretende manter os 31% obrigatórios do orçamento. "Não tem sentido numa época em que teremos outras áreas penalizadas nós gastarmos mais do que 31%. Portanto, nós não poderemos errar no que for arrecadado para não errarmos nos investimentos com educação."

O mesmo deve ocorrer nos transportes. Segundo o prefeito, reunião do secretário Alexandre de Moraes com concessionários e permissionários definiu que a prefeitura não irá transferir mais do que foi transferido este ano, R$ 600 milhões, que será o teto para o ano que vem. Além disso, manteve a promessa de campanha, de investir R$ 1 bilhão no metrô nos próximos quatro anos.

Em relação à saúde, Kassab afirmou que haverá um gasto maior do que o previsto no orçamento, mas que não chegarão aos atuais 19% da arrecadação. "Nossa idéia é um número entre 17 e 18%, mas também não podemos errar no dimensionamento das receitas para que a gente não gaste mais. Porque nós, já que vamos, no caso de haver cortes, gastar em outras áreas que não sejam essas, não tem sentido cortar mais ainda", afirmou

"Eu diria que o grande desafio agora nos primeiros dias é nós identificarmos qual será a receita real. Todos sabem que existe uma crise internacional, que não é uma crise da cidade, nem do Estado nem mesmo do Brasil, e todos nós temos que ficar bastante atentos, porque existe uma expectativa de queda de receita", concluiu.

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