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PT protocola oficialmente candidatura de Tião Viana à presidência do Senado

Piero Locatelli<br>Do UOL Notícias<br>Em Brasília (DF)

21/01/2009 18h28

Mesmo com a entrada do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) na disputa pela presidência do Senado, o PT (Partido dos Trabalhadores) protocolou oficialmente no fim da tarde desta quarta-feira (21) a candidatura de Tião Viana ao cargo. No momento, a candidatura dele conta com o apoio oficial de seis partidos: PDT, PSOL, PR, PSB, PRB e PT. As bancadas somadas abrangem 23 dos 81 senadores. Como a votação é secreta, todos esses votos não são garantidos.

O PT também não retirou o apoio ao candidato do PMDB à presidência da Câmara, Michel Temer (SP). As decisões foram tomadas hoje em reunião do partido. O presidente da sigla, Ricardo Berzoini, se encontrou em Brasília com senadores da legenda para discutir a sucessão da presidência nas Casas.

PDT do Senado oficializa apoio a Tião Viana

A bancada do PDT no Senado, formada por cinco parlamentares, decidiu nesta quarta-feira que vai apoiar a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC) à presidência da Casa. A decisão foi tomada na manhã de hoje durante reunião do comando nacional do partido realizada em Brasília


Sarney declarou nesta semana que será candidato ao cargo. Nos últimos meses, ele negou diversas vezes sua intenção de concorrer à presidência. O PMDB já havia lançado a candidatura de Garibaldi Alves (RN). Hoje, porém, o atual presidente da Casa confirmou que sairá da disputa para abrir caminho a Sarney.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (PT-SC) se mostrou insatisfeita com a candidatura de Sarney. "Ele falou, olho no olho, várias vezes com o Tião [que não iria disputar]", disse a senadora. Ela, porém, evitou usar o termo traição.

Segundo Ideli, seria possível buscar um acordo com Sarney e o PMDB caso ele tivesse mostrado essa intenção em "novembro ou dezembro". Com o apoio de outros partidos a Tião, ela diz ser impossível retirar a candidatura faltando pouco mais de duas semanas para a eleição, que acontece no dia 2 de fevereiro.

Ela defendeu a alternância na presidência de cada Casa entre os dois partidos. Atualmente, o Senado é comandado pelo PMDB e a Câmara, pelo PT. Uma ala pemedebista, porém, acha que o partido deveria comandar as duas casas, por possuir a maior bancada em ambas.

PSDB poderá decidir disputa
Na entrevista concedida hoje em seu gabinete, a senadora concordou com a afirmação de que o PSDB pode ser o "fiel da balança". O partido, que tem a segunda maior bancada da Casa com 12 senadores, deve fazer a diferença na eleição.

Ideli disse estar otimista com o andamento da campanha de Tião Viana. A senadora negou que a candidatura de Sarney tenha mais de 60 votos, número de senadores aliados do PMDB na Casa. "Se o Sarney tem essa quantidade de votos, então o Senado tem uns 140 senadores", disse ela.

O voto na eleição é secreto, e por isso os senadores podem votar independentemente da sua bancada. Isso é visto de bom modo por Ideli. "Voto secreto é sempre secreto. Para o bem ou para o mal. Para mim ou para ti."

Planalto não deve intervir
O presidente Lula se reuniu nesta segunda, no Palácio do Planalto, com José Sarney. Apesar disso, o presidente não pretende intervir na disputa, pois ambos candidatos fazem parte da base governista.

"O presidente não pode entrar nesse tipo de disputa. Mas, apesar de politicamente não poder intervir, eu soube que o presidente ficou contrariado", disse a senadora.