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Agnelo Queiroz é eleito pré-candidato do PT ao governo do DF

Camila Campanerut<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

21/03/2010 18h46

Atualizada às 19h33

O ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz é o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores ao governo do Distrito Federal para as eleições de outubro deste ano. A votação que elegeu Queiroz pré-candidato foi realizada neste domingo (21) em 20 diretórios da legenda no DF.

A presença de um terço dos filiados do DF, cerca de oito mil pessoas, foi esperada para votar nas urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral. Queiroz disputava a indicação com o deputado federal Geraldo Magela.

Durante a manhã e a tarde deste domingo, Queiroz e Magela fizeram campanha nos principais diretórios locais para conversar com filiados, como Santa Maria, Taguatinga e Ceilândia.

Médico, deputado distrital (1990) e deputado federal pelo PCdoB em 1994, 1998 e 2002, Queiroz é, atualmente, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Queiroz filiou-se ao PT em 2008 e já era um nome forte do partido para o governo do DF, há mais de um ano. Já a entrada de Magela na disputa tem cerca de um mês.

“É a primeira vez que temos resultado rápido, seguro, que não há dúvida sobre o resultado”, disse o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, que anunciou o resultado das votações por meio de um acompanhamento paralelo, antes do resultado oficial, ao lado dos dois candidatos.

Apesar da derrota, Magela foi o primeiro a se pronunciar. Ele prometeu apoio ao concorrente e união da legenda na disputa eleitoral do fim do ano. “Peço que todos e todas que me apoiaram apóiem o candidato Agnelo. A nossa disputa acabou aqui. O único adversário é a direita, a corrupção”, disse.

O discurso de Queiroz seguiu o mesmo tom, negando que as prévias representariam uma racha interno no PT. “Concordo plenamente que após o debate, após o embate eleitoral e as prévias e, hoje, nós somos um único partido, estamos unidos. Qualquer divergência não pode jamais colocar em risco ganhar a eleição porque uma mulher que vai presidir o Brasil, precisa de um palanque forte”, defendeu, fazendo referência à pré-candidata do PT à Presidência, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.

Segundo o petista, a partir desta segunda-feira, a direção da legenda já vai iniciar conversas com outros partidos da base do governo para fazer as mesmas alianças locais que serão formadas em nível nacional.

Polêmica

 Questionado se as denúncias de que teria um imóvel acima de seus rendimentos , realizado obra irregular e de ter visto os vídeos do escândalo do mensalão do DEM antes de virem à público, teriam enfraquecido o apoio do PT a sua candidatura, Queiroz rebate que o efeito foi o oposto.

Agnelo Queiroz rebateu as acusações de que teria um imóvel acima de seus rendimentos e de que teria visto os vídeos do escândalo do mensalão do DEM antes de virem à público. Para o pré-candidato, essas acusações não o enfraqueceram, pelo contrário.

“Fortaleceu [o apoio do PT à candidatura dele]. [Os denunciantes] foram absolutamente desmoralizados. Isso só mostrou que eram denúncias feitas para tentar interferir com a prévia do PT, mas como foram esclarecidas completamente. Só ficou um sentimento muito grande da militância de que era uma tentativa de me tirar da disputa”, alegou.

A informação que vazou na imprensa contra o atual pré-candidato petista foi de que ele possui uma casa de mais de 500 metros quadrados no valor de R$ 400 mil em Brasília – o que, segundo reportagem da revista "Época", seria incompatível com os rendimentos dele. Além disso, Queiroz teria mandado construir uma quadra de tênis, um campo de futebol e um pequeno lago em um terreno vizinho que era em área pública, o que significa que a obra era irregular.

O ex-ministro reconheceu que cometeu um erro ao construir o imóvel em terreno público, porém, justificou teria condições de pagar o imóvel com o apoio da esposa.  

Já sobre o fato de ter visto os vídeos de Durval Barbosa (delador do mensalão do DEM), Queiroz disse esperar que suas imagens com Barbosa também sejam divulgadas. "Quero evitar outras especulações e demonstrar que não houve irregularidade".