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Em PE, Lula diz que Dilma "vai fazer mais" e que Brasil será 5ª economia do mundo em 2016

Carlos Madeiro<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Ipojuca (PE)

28/12/2010 18h42

Em sua última visita oficial a Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta terça-feira (28), em Ipojuca, a nova equipe do governo, que toma posse no sábado (1°) e afirmou que a presidente eleita, Dilma Rousseff, "vai fazer mais" do que foi realizado em seu governo.

O presidente participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da fábrica da Fiat, no complexo industrial portuário de Suape. A solenidade contou com a participação do presidente mundial da montadora, Sergio Marchionne, do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), e de ministros, empresários, políticos e autoridades.

“A companheira Dilma vai fazer um extraordinário governo. Ela não vai apenas dar sequência, vai fazer mais. O carro já está andando a 120 km/h, e ela pode aumentar para 130, ela pode reduzir 119 na curva. Só não pode deixar sair da pista”, disse.

Para Lula, o crescimento econômico do país o fará ser a quinta economia do mundo em 2016. “Quando a gente olha o mundo hoje, digo, sem medo de errar, que o Brasil será a 5ª economia do mundo até as Olimpíadas [de 2016, no Rio]. Das hidroelétricas do mundo, as três maiores estão no país; nenhum país está fazendo cinco refinarias, como estamos fazendo hoje; não tem nenhuma empresa de petróleo no mundo que invista o que a nossa Petrobras está investindo”, afirmou.

Segundo Lula, a chegada ao “G5” pode ocorrer ainda antes, devido às escolhas de Dilma. “Conheço os ministros, a equipe econômica, a presidente Dilma. Eu estou falando em 2016, mas no que depender da vontade deles, podemos chegar ainda antes”, afirmou.

Emoção

Em tom emocionado, diante de dezenas de operários, o presidente disse que o maior legado de seu governo é “mostrar aos trabalhadores que vocês também podem vencer”.

“A minha chegada ao poder tinha que mudar o patamar de governança. Eu tinha que provar a cada dia que teria condição de governar igual ou melhor que todos os doutores que passaram pela presidência. Tinha que provar não a mim, mas aos trabalhadores e aos pobres –que tinham me derrotado em 1989, 1994 em 1998 por desconfiança de mim. Eles olhavam e diziam 'como eu posso votar em um igual mim? Que só tem até a quarta série?' E eu tinha que provar a cada um de vocês que a determinação e cada um de nós pode levar à presidência, ao governo do Estado ou uma prefeitura.”

Lula ainda voltou a alfinetar os antecessores e disse que continua com disposição ao trabalho, a três dias de passar a faixa, por conta das obras que tem a inaugurar. ”Alguém poderia estar se perguntando nesse momento porque o presidente Lula continua viajando o Brasil como se ele não tivesse que entregar o cargo no próximo sábado. Era hábito da política brasileira as pessoas não trabalharem no último ano, nos dois últimos; outros não trabalhavam pela manhã; outros que, em dezembro, desapareciam. Mas sabe por que o Lula está se metendo a trabalhar? Porque nem todos os presidentes tiveram o gostoso prazer de inaugurar a quantidade de obras que eu tenho para inaugurar. Estamos colhendo aquilo que plantamos em momentos difíceis”, afirmou.

Mais visitas

Ainda nesta terça-feira, em Recife, o presidente tem outros compromissos públicos. No centro da capital pernambucana, Lula assina a ordem de serviço para início das obras do memorial em homenagem a Luiz Gonzaga. Os investimentos previstos no local são de R$ 23,5 milhões. Também fará a cessão de um terreno para a Associação Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque.

À noite, o PSB oferecerá uma grande festa de homenagem ao presidente com shows gratuitos no Marco Zero, no bairro do Recife Antigo. Estão previstas as apresentações de cantores pernambucanos, como Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Maciel Melo. A expectativa é que cerca de 70 mil pessoas acompanhem a despedida oficial do presidente.