"É o mínimo que eu poderia fazer por ele", diz primeiro a chegar no velório de Alencar em MG

A primeira pessoa a chegar ao portal do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), para o velório do ex-vice-presidente José Alencar foi o cozinheiro Alexandro Aparecido Carlos, 26. Ele acordou às 6h30 desta quinta-feira (31) para prestar reverência ao político mineiro. 

“Não tomei café ainda. Mas, é o mínimo que poderia fazer por ele. Temos que homenagear bons exemplos. Eu fiquei admirado pela luta dele contra a doença”, afirmou Carlos. 

Alencar lutou por mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal e morreu na última terça-feira, em São Paulo, aos 79 anos. Nesta quinta-feira (31), o governo de Minas Gerais decretou luto oficial de sete dias.

O italiano Aldo Bargellini, 50, também era um dos primeiros da fila que já se formava nos portões do Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro. Ele fez questão de ressaltar as qualidade do político e disse que homens públicos semelhantes a Alencar fariam “muito bem” à Itália, em uma crítica ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, acusado de envolvimento em supostos escândalos sexuais com menores.

“Berlusconi é a vergonha da Itália. José Alencar, isso sim, é um exemplo de homem público e representa respeito e dignidade. Ele é como todo político deveria ser e faria muito bem à Itália”, disse Bargellini, que mora há dois anos no Brasil.

A admiração do italiano por Alencar, porém, não se estende a todos os políticos brasileiros. "Um dos maiores defeitos do Brasil são os políticos. Mas estou orgulhoso de poder participar dessa homenagem a ele. O Alencar merece”, afirmou.

Cortejo e velório

Ontem, o velório de Alencar ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, e mais de 8.000 pessoas passaram pelo funeral público. No Palácio da Liberdade, onde em 1985 foi velado o corpo do presidente Tancredo Neves, também deve receber um grande número de pessoas nesta quinta-feira.

No local, há concentração de repórteres e policiais militares. O tráfego de veículos será interditado nas imediações do Palácio para que os mineiros e as autoridades possam participar da cerimônia. 

Em Belo Horizonte, o caixão será transportado por carro do Corpo de Bombeiros até a antiga sede do governo, cuja entrada principal já está tomada por coroas de flores.

Estarão presentes no velório a presidente, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve Alencar como vice por oito anos. Também devem comparecer ao evento políticos mineiros como o governador Antonio Anastasia, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, ex-ministros e ministros nascidos no Estado e os senadores Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS).

A previsão é de que os primeiros minutos do velório sejam reservados aos familiares e amigos. A abertura ao público deverá ser feita em seguida. O corpo de Alencar será cremado no Parque Renascer, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, às 14h.