Não tenho apego e não fico de joelho para ninguém por causa de cargo, diz Negromonte
O Ministro das Cidades, Mário Negromonte, afirmou nesta terça-feira (13) na Câmara dos Deputados que não irá brigar pelo cargo e nem se rebaixar para se manter na equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff.
"Eu não estou preocupado com isso. Se vou ficar, se vou sair. Eu estou preocupado em exercer um bom trabalho, e isso eu estou fazendo. Eu não tenho apego a cargo", afirmou o ministro ao sair de uma reunião com líderes de seu partido, o PP (Partido Progressista), na Câmara.
Negromonte voltou a dizer que as denúncias que são atribuídas a ele por "fogo amigo" e por integrantes de outros partidos.
"Tem divergência político-partidária? Tem. Tem fogo amigo de lá de dentro do Ministério. Tem outros partidos lá de dentro do Ministério. Enfim, se for identificar é muita coisa, só que eu não dou bola para isso porque eu não tenho apego e não fico de joelho para ninguém por causa de cargo", emendou o ministro.
Negromonte foi deputado federal por quatro mandatos. Em outubro do ano passado ele foi novamente eleito.
O ministro reiteriou que o que ele dá valor é para o mandato ao qual foi eleito em outubro do ano passado, que é o de deputado federal, pela quarta vez. "Cargo não me comove, me dá muito mais prazer e eu dou valor para o meu mandato [de deputado federal]. Adoro o parlamento", disse.
Suspeitas na pasta
Em depoimento a uma comissão do Senado na última quinta (8), o ministro Negromonte voltou a negar as suspeitas de corrupção na pasta. Ele é acusado de interceder na alteração de um projeto para a Copa do Mundo de 2014, a ser instalado em Cuiabá e que custará R$ 700 milhões a mais.
Oposição "pega leve" com ministro das Cidades
Uma reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” afirmou que o projeto de viabilização de ônibus de alta velocidade em Cuiabá foi trocado por um de veículo leve sobre trilhos (VLT). Negromonte afirmou que apenas o Rio de Janeiro não solicitou troca de modal de transporte em seus projetos de mobilidade urbana. E que o governo federal não arcaria com valores adicionais apesar do pedido do governador Silval Barbosa (PMDB).
“A idade de mentir já passou. Se houver qualquer Bíblia aqui para fazer juramento, eu farei”, disse o ministro à Comissão de Fiscalização e Controle durante a audiência pública.
“Eu não determinei à minha diretora Luiza Gomide nem ao meu chefe de gabinete que fizessem nenhuma gestão sobre isso.” Um técnico do ministério se manifestou contra a troca de modal de transporte no Mato Grosso e seu relatório foi alterado pela diretora. Uma sindicância foi instalada para apurar o caso.
A proposta para construção de espaços para ônibus custaria R$ 489 milhões, enquanto a de um VLT na capital do Mato Grosso sairia por R$ 1,2 bilhão.
O Ministério Público Federal no DF instaurou uma investigação para apurar as acusações. O MPF-DF informou que possui duas notas técnicas com pareceres contra e a favor da mudança do projeto e a apuração poderá comprovar se houve prática de improbidade administrativa por gestores do ministério.
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