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Oposição cobra do governo respostas sobre denúncias contra novo ministro

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

06/02/2012 20h09

Líderes da oposição no Congresso Nacional cobraram nesta segunda-feira (6) explicações do Palácio do Planalto sobre as acusações contra o novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que tomou posse hoje.

Ribeiro é alvo de denúncias que incluem ter favorecido familiares com emendas parlamentares, ter dado emprego de assessor a um primo, não ter informado à Justiça eleitoral quatro empresas em seu nome e possuir duas rádios em nome de ex-funcionários. As acusações não foram comentadas durante a cerimônia de posse nem pelo novo ministro nem pela presidente Dilma Rousseff.

“O convidado deve menos explicação do que quem convidou. A presidente dispõe de condições para ter informações para quem ela indica para posse”, disse o novo líder do PSDB na Câmara, Bruno Araujo (PE).

O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que é preciso ter cautela antes de se pré-julgar o ministro, mas acrescentou que faltou uma melhor avaliação por parte da presidente para escolher o sucessor de Mário Negromonte, que deixou o comando da pasta após denúncias de irregularidades. “Ela substitui um ministro que caiu por denúncias. Se o governo nomeia alguém sem fazer a avaliação correta, o governo atesta a convivência com improbidade.”

O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres afirmou que deverá entrar ainda nesta semana com uma representação no Ministério Público pedindo a investigação sobre a possibilidade de o novo ministro ter usado “laranjas” para manter o controle sobre duas rádios em seu Estado. “Eu acho que o mundo político está tão complicado, os leques são reduzidos de gente [com ficha] limpa e o ministro já começa enrolado”.

Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), Ribeiro nem deveria ter assumido o cargo.  Bueno endossa o coro do DEM e diz que também cogita entrar, por meio de seu partido, com uma representação contra Ribeiro.  “O governo não esta fazendo disso [das denúncias] um sentimento de respeito à coisa pública, com o loteamento e entrega dos cargos aos partidos.”

Outro lado

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) saiu em defesa de Ribeiro ao apontar que em relação à mãe e a irmã de Ribeiro, o novo ministro não as beneficiou com emendas parlamentares. A mãe dele, Virgínia Maria Veloso Borges, é prefeita de Pilar (PB) e a irmã, Daniella Ribeiro é deputada estadual e pré-candidata à prefeitura de Campina Grande.

“Não se pode falar em favorecimento da mãe e da irmã, ele não poderia discriminá-las por esta razão. Ele, como deputado da Paraíba, não poderia ajudar todos e deixá-las sem ajuda. Sobre as demais questões não vi a justificativa dele ainda”, afirmou Teixeira.

Procurados pelo UOL, o novo líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL) e o presidente da legenda, o senador Francisco Dornelles (RJ), não comentaram o assunto.