Presidentes da Câmara e do Senado apoiam CPI mista para investigar caso Cachoeira
Depois de reunião com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que ambos são favoráveis à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) única nas Casas para investigar “com abrangência” o envolvimento de parlamentares com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
De acordo com Maia, até o fim do dia de hoje, os dois presidentes tentarão conversar com as lideranças partidárias para fechar um texto único e recolher as assinaturas necessárias para a abertura da comissão –no caso, de 171 deputados e 27 senadores.
“O caso precisa ser investigado. Todas as denúncias demonstram um poder paralelo que montou uma rede de relações. Foi construído um poder paralelo que precisa ser desmantelado”, disse o presidente da Câmara.
A pressão para que a comissão seja mista existe porque, além do suposto envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o esquema, pelo menos cinco deputados federais foram citados na investigação da Polícia Federal. São eles: Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO), Leonardo Vilela (PSDB-GO), Rubens Otoni (PT-GO) Sandes Júnior (PP-GO), e Stepan Nercessian (PPS-RJ).
O documento com pedido de abertura da CPI no Senado será redigido em conjunto pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT) e Walter Pinheiro (PT-BA). No requerimento de criação, o PSOL pede a lista completa da Polícia Federal de deputados, senadores, autoridades e servidores públicos supostamente envolvidos com o bicheiro.
O documento requer também a relação de todos eles com a empresa Delta Construções S.A., que, de acordo com relatório da Polícia Federal, remetia parte de recursos para empresas fantasmas ligadas “direta ou indiretamente à estrutura do jogo de azar” de Cachoeira.
A sugestão do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) de incluir na investigação a listagem de outras empresas envolvidas no caso na investigação, além da Delta, foi acolhida pelos demais coautores do texto.
Em paralelo, já há um pedido de abertura de CPI na Câmara, feita pelo deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) e que foi entregue no último dia 20 de março, com 181 assinaturas.
Em relação à negativa do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar o inquérito da Operação Monte Carlo --deflagrada pela Polícia Federal e que terminou com a prisão de Cachoeira em fevereiro último-- ao Senado, alegando que o inquérito está em segredo de justiça, Maia disse mais cedo que “não acha razoável o Supremo negar informações para a Câmara ou para o Senado”. Ele argumenta que boa parte dessas informações já foram vazadas para a imprensa.
“Isso [negativa do STF] causa certa dúvida sobre os critérios que estão sendo utilizados pelos organismos públicos para divulgação das informações desse inquérito. Eu diria que nós não vamos receber muito bem aqui na Câmara uma informação com esse grau de decisão [negativa] tomada pelo STF”, disse Maia, que já solicitou informações sobre o inquérito.
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