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Perillo nega que governo de Goiás tenha envolvimento com negócios de Carlinhos Cachoeira

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

11/04/2012 16h36Atualizada em 11/04/2012 16h50

O governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (11) que está “tranquilo” e que seu governo está “absolutamente isento” de qualquer relação com os negócios irregulares que envolvem o bicheiro Carlos Cachoeira.
 
“O governo de Goiás está absolutamente isento em relação a isso. Do ano passado até agora, nós apreendemos 1.902 máquinas de jogos ilegais, mas de 400 operações da Polícia Civil. Não há nada, nada, absolutamente nada quer envolva o governo de Goiás nesta história”, afirmou. 

Assim como os governadores Raimundo Colombo (SC) e Renato Casagrande (ES), Perillo veio ao Senado para acompanhar a votação e pressionar os senadores contra a votação da resolução 72 que unifica o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre produtos importados. A proposta define em 4% a taxa de ICMS nas operações comerciais –o que geraria perdas a Estados como Espírito Santo, Goiás, Ceará e Santa Catarina, mas encerraria com a chamada “guerra fiscal” entre os Estados.
 
“Estou tranquilo, estou preocupado com o que estão votando aqui agora, que prejudica muito meu Estado”, justificou o governador.  
 
A chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, teria recebido informações sigilosas de operações da Polícia Federal contra ele, segundo reportagem do jornal "O Globo". Depois do anúncio do suposto envolvimento dela, Eliane Pinheiro pediu exoneração do cargo.
 
Questionado sobre o fato, o governador disse apenas que as pessoas que deixaram os cargos tinham a intenção de não expor o governo ao escândalo do bicheiro, que provocou uma mobilização no Congresso Nacional para investigar os parlamentares que têm relação com o contraventor.
 
“[Saíram] Porque acharam que ficando no governo, eles iriam expor o governo. Já que falaram uma ou duas vezes com o empresário Carlos Ramos por telefone. Embora não tenham nada a ver com isso também”, afirmou o governador.

Além das conversas de funcionários de Perillo com Cachoiera, o próprio governador admite que conhecia o bicheiro e teria se encontrado com ele “pouquíssimas vezes”. A campanha de Perillo ao governo de Goiás também recebeu a doação de R$ 800 mil do empresário Rossine Aires Guimarães, apontado como um dos sócios de Cachoeira pela Polícia Federal. “O governo de Goiás está absolutamente isento em relação a isso [ao escândalo de envolvimento de políticos com o bicheiro]”, reiterou o governador.