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À CPI, Agnelo Queiroz diz sofrer perseguição política e critica a imprensa

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

13/06/2012 10h55Atualizada em 13/06/2012 11h37

Logo no início do seu depoimento à CPI do Cachoeira nesta quarta-feira (13), o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) disse sofrer perseguição política e criticou a imprensa por divulgar informações que seriam falsas.

"O grupo aqui investigado, a organização aqui investigada, tramou a minha derrubada, um governo legitimamente eleito pelo povo do Distrito Federal, e não agiu só, mas valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário, vozes com acesso às tribunas do nosso país, valeu-se da boa fé de pessoas ao misturar mentiras e meias-verdades para me desgastar e me tirar do governo do Distrito Federal", afirmou.

"Os brasilienses receberam uma avalanche de informações erradas. Muitos aqui e lá fora, nos bares e casas, não sabem que a Delta tem apenas um, e somente um, contrato com o governo do Distrito Federal, o de coleta de lixo e varrição de ruas no Distrito Federal. E o contrato foi assinado no governo anterior e, ainda assim, a mando da Justiça."

Quiseram me derrubar, diz Agnelo à CPI

Agnelo afirmou que trechos da investigação da Operação Monte Carlo foram selecionados e distribuídos aos veículos de comunicação com o objetivo de desgastar a imagem do seu governo "até o limite do impossível".

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O governador criticou ainda o senador Demóstenes Torres (sem partido-DF) por ter protocolado um pedido de impeachment contra ele em novembro de 2011. "Hoje eu entendo: poucos dias antes, a Secretaria de Transparência [e Controle do DF] havia encaminhado investigação ao Ministério Público sobre os contratos de lixo no Distrito Federal."

Segundo ele, a origem das supostas perseguições e ataques foi a criação da Secretaria de Transparência e Controle do DF, com a divulgação de informações sobre receitas e bens, além do quadro de servidores e as remunerações. “Fortalecemos essa secretaria, que hoje é um orgulho, não existe melhor no país, pode ter igual, mas melhor não.”

Relações com a Delta

Sobre as denúncias de favorecimento à empresa Delta em contratos de recolhimento de lixo em Brasília e região, Agnelo disse que a empresa entrou no DF a partir de uma licitação de 2007, apresentando um preço 30% mais baixo do que as concorrentes. O governador desafiou qualquer pessoa a citar o nome de indicações políticas feitas por seu governo para favorecer a Delta.

Segundo disse Agnelo à CPI, seu governo não era "amigo" da empresa Delta nem do grupo de Cachoeira e que justamente por isso tentaram derrubá-lo do posto. "É por isso que queriam me derrubar, queriam derrubar o governo eleito que estava impedindo que o crime entrasse no DF", afirmou. Informou que a Delta possui apenas um contrato com o governo do DF para as atividades de varrição de rua e recolhimento do lixo, assinado na gestão anterior e que só foi mantido por decisão judicial.

Segundo ele, 26 dias depois de assumir o governo do DF, em janeiro de 2011, ele ordenou uma auditoria em todos os contratos, incluindo os prestados pela Delta e identificou problemas na pesagem do lixo, o que aumentava o preço dos serviços prestados.

Dúvidas que Agnelo precisa responder

A Delta foi beneficiada em contratos de lixo do DF?Agnelo diz que só manteve os contratos por conta de uma liminar da Justiça. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A Delta nega ter cometido qualquer irregularidade. A PF indica que Monteiro é suspeito de receber propina para estender os contratos.
Qual era a relação de Agnelo com Cachoeira?Agnelo afirma que se reuniu com o contraventor, dono de um laboratório, uma vez. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A PF diz que Agnelo era citado como "zero um" nas ligações e que pediu encontro com Cachoeira.
Qual era a influência de Cachoeira no governo do DF?Agnelo diz que o contraventor tentou se infiltrar e não conseguiu.Os secretários de Governo e da Saúde dizem o mesmo. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A PF suspeita que a quadrilha indicou membros do governo, em especial na área de limpeza pública.