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Comissão de Ética da Presidência atrasa julgamento de Pimentel "por questões burocráticas"

Julgamento de Fernando Pimentel (foto) na Comissão de Ética da presidência não será hoje - Sérgio Lima - 10.out.11/Folhapress
Julgamento de Fernando Pimentel (foto) na Comissão de Ética da presidência não será hoje Imagem: Sérgio Lima - 10.out.11/Folhapress

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

02/07/2012 14h15Atualizada em 02/07/2012 14h26

O presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, afirmou nesta segunda-feira (2) que os dois processos de análise de conduta referentes ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, não serão analisados na reunião de hoje por “problemas burocráticos” que atrasaram o processo.

“Por problemas burocráticos, um dia a secretária-executiva viajou, eu viajei no outro dia, isso atrasou”, justificou Pertence em rápida entrevista ao sair para o intervalo da reunião.

De acordo com Pertence, o ofício com pedido de explicações que a comissão deveria ter encaminhado ao ministro desde o último dia 11 de junho –data da última reunião– só foi entregue, segundo o ministro, apenas na semana passada, sem precisar o dia. A secretaria da Comissão de Ética informou que o ofício foi encaminhado na noite da última quinta-feira (28).

Depois de receber o documento, o ministro tem o prazo de dez dias para entregar os esclarecimentos por escrito.

Na pauta das reuniões da comissão, Pimentel é foco de dois procedimentos preliminares de análise: um deles trata das consultorias realizadas pelo ministro no período anterior ao assumir o cargo e a viagem que fez e foi paga por um empresário.

Ao ser indagado se a demora na avaliação do caso não poderia beneficiar o ministro, Pertence evitou se comprometer: "Não sei, críticas, vocês façam como quiserem", disse, ao se referir aos jornalistas.

Última reunião

Na última reunião, a comissão rejeitou a proposta do relator do caso, Fábio Coutinho, de dar advertência ao ministro. A maioria decidiu pedir mais detalhes sobre os contratos de consultoria do ministro.

Entre 2009 e 2010, Pimentel recebeu R$ 2 milhões com o a prestação do serviço de consultoria a empresas que tinham relação com a Prefeitura de Belo Horizonte, de onde saiu no fim de 2008. Ele nega qualquer irregularidade.

O outro caso tem como relator Américo Lacombe, que irá apurar se a "carona" que Pimentel pegou em um jatinho pago por um empresário pode ser considerada como quebra de conduta ética do ministro.