Advogados de réus criticam provas apresentadas por procurador; especialista explica
O terceiro dia do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado pela defesa dos réus. Falaram os advogados de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério e Ramon Hollerbach, ex-sócio de Valério.
Por diversas vezes, os defensores criticaram o uso que a Procuradoria Geral da República fez de testemunhos dados na fase pré-processual, quando a investigação estava sendo feita e não havia o "contraditório", quando há defesa presente o tempo todo –geralmente na fase judicial.
Para o advogado do ex-ministro José Dirceu, José Luís de Oliveira Lima, a Procuradoria desprezou provas produzidas durante o contraditório. "Foram mais de 600 depoimentos e nenhum deles incrimina José Dirceu." Para Lima, o procurador se apoiou em “provas extrajudiciais, em depoimentos tumultuados e em análises publicadas na imprensa” para afirmar que seu cliente liderava o suposto esquema do mensalão.
O advogado criminalista Sergei Cobra Arbex, que acompanhou a sessão de hoje na redação do UOL, explica que as duas fases são importantes e podem ser consideradas pelos ministros do Supremo na hora de decidir pela condenação ou absolvição dos réus. Assista:
Arbex também explica que o STF vai analisar apenas os crimes dos quais são acusados os réus neste julgamento –no caso, são sete: formação de quadrilha, lavagem ou ocultação de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, evasão de divisas e gestão fraudulenta. Caso o STF interprete que só foram cometidos crimes eleitorais, como o caixa dois –como tentou provar o advogado de Delúbio Soares, Malheiros Filho– os réus serão absolvidos.
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