Cerca de 3.000 protestam no RJ contra decisão do Congresso sobre royalties
Cerca de 2.000 pessoas, acompanhadas pelo prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP), e todos os vereadores do município, além dos prefeitos de Búzios, André Granado (PSC), de Iguaba Grande, Grasiella Magalhães (PP), e de São Pedro da Aldeia, Claudio Chumbinho (PT), participaram de uma manifestação, na manhã desta quinta-feira (7), contra a decisão do Congresso de derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os royalties do pré-sal.
O protesto saiu da Prefeitura de Cabo Frio às 9h30 e chegou ao aeroporto internacional da cidade por volta de 13h, quando os manifestantes fecharam o terminal e impediram novas decolagens.
Segundo a prefeitura do município, o protesto não tem hora para terminar. Segundo a direção do aeroporto internacional de Cabo Frio, o terminal está aberto somente para pousos já programados e de emergência e está fechado para decolagens. A expectativa é de que o funcionamento seja normalizado em breve.
“Queremos sensibilizar a presidente Dilma, o Congresso e o governo do Rio de Janeiro para nos salvar desta arapuca. Estamos muito preocupados com as perdas que Cabo Frio vai ter sem os royalties, mas espero virar esse jogo no STF [Superior Tribunal Federal]”, disse Alair Corrêa.
De acordo com o gabinete da prefeitura, Cabo Frio, que tem 186.227 habitantes, vai perder cerca de R$ 27 milhões por mês, verba que seria investida em limpeza urbana, nos setores de saúde e educação e contribuiria para o pagamentos dos servidores municipais.
“Acabamos de aprovar um plano de cargos e salários para os funcionários da cidade que triplicou o salário deles. Sem o dinheiro dos royalties, tudo isso vai por terra. A perda é grave e vai influenciar a questão social”, explicou o chefe do gabinete da prefeitura, Dirlei Pereira, sobre a queda no orçamento da cidade.
Campos
Em Campos dos Goytacazes, norte fluminense, duas manifestações simultâneas ocorreram na manhã desta quinta. Cerca de 1.000 pessoas se dividiram entre o aeroporto Bartolomeu Lisandro e o heliporto do Farol de São Thomé, onde esteve também a prefeita da cidade, Rosinha Garotinho (PR). No aeroporto, os manifestantes fizeram uma corrente humana em frente aos portões de entrada, bloqueando qualquer pessoa ou veículo que tentasse passar pelo local.
“Estamos conscientizando a população de Campos e região sobre as perdas que podem ocorrer. Vamos aguardar que se faça justiça. Desde fevereiro de 2009 estamos alertando que essa luta iria terminar no Supremo Tribunal Federal”, afirmou Rosinha Garotinho.
Segundo informações da prefeitura do município, a perda dos royalties afetará o repasse de verbas para os três maiores hospitais da cidade: a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital Plantadores de Cana e a Beneficência Portuguesa, que também recebem pacientes de cidades próximas, como São João da Barra e São Fidélis. Ainda estão previstas pelo executivo local demissões de servidores de programas sociais da prefeitura, que terão que parar por falta de dinheiro.
O presidente do Hospital Plantadores de Cana, Frederico Paes, disse que mais de 70% dos recursos que abastecem a unidade são oriundos dos royalties. "Os hospitais conveniados não vão se sustentar. Nossa grande preocupação é com o hoje, principalmente porque o município vive um período de crescimento, com pessoas chegando atraídas pelos investimentos, o que aumenta a necessidade de oferta de toda a infraestrutura, incluindo os hospitais", afirmou Paes.
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