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Ex-prefeito é preso em operações contra supostos desvios de R$ 8 milhões em AL e CE

Desvios em Quixeramobim (CE) chegam a R$ 7 mi - Arte/UOL
Desvios em Quixeramobim (CE) chegam a R$ 7 mi Imagem: Arte/UOL

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

21/03/2013 11h53

Duas operações desencadeadas na manhã desta quinta-feira (21) prenderam um ex-prefeito, apreenderam documentos e afastaram integrantes de governos municipais envolvidos em supostos atos de corrupção nas cidades de Campo Alegre (AL) e em Quixeramobim (CE).

Ao todo, quase R$ 8 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos municipais. As ações contam participação das polícias Civil e Federal e dos MPs (Ministérios Públicos) dos dois Estados. Nove pessoas foram presas.

Ceará

Em Quixeramobim (a 216 km de Fortaleza), o MP do Ceará comandou a operação "Quixeramobim Limpo", que tem a parceria da Polícia Civil, cumprindo 20 mandados de busca e apreensão. Não há informações sobre prisões.

Segundo as investigações, fraudes licitatórias desviaram cerca de R$ 7 milhões. O valor corresponde, por exemplo, a um terço dos repasses feitos em 2012 pelo governo federal do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

O MP alega que há uma suposta quadrilha infiltrada na gestão municipal. Por conta do envolvimento de integrantes do governo, os juízes Fabrício Vasconcelos Mazza e Fabrícia Ferreira Freitas determinaram o afastamento de sete gestores públicos, entre eles os secretários de Saúde e Educação e o assessor jurídico do gabinete do prefeito.

O UOL tentou, nesta manhã, falar com algum integrante da prefeitura de Quixeramobim, mas as ligações feitas à sede do Executivo municipal não foram atendidas.

Alagoas

Em Campo Alegre (a 87 km de Maceió), nove pessoas foram presas, após o Gecoc (Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas), do MP de Alagoas, oferecer denúncia, na semana passada.

  • Arte/UOL

    Ex-prefeito de Campo Alegre (AL) é preso

Entre os detidos está o ex-prefeito de Campo Alegre, José Maurício Tenório. Ele e outras dez pessoas são acusadas de crimes como fraude a licitações, apropriação de bens públicos, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Segundo as investigações, os processos licitatórios dos últimos quatro anos tinham diversas irregularidades, como pagamentos de serviços e produtos na ordem de aproximadamente R$ 787 mil .

Com base nas investigações, o Gecoc pediu a prisão preventiva dos acusados, o que foi determinado pela 17ª Vara Criminal da Capital.

Entre as licitações que teriam sido fraudados estão serviços de manutenção de aterro sanitário, telhado do mercado público, limpeza de vias públicas; capinação e dedetização e até da limpeza do cemitério público de um povoado do município.

O UOL não conseguiu localizar o advogado do ex-prefeito de Campo Alegre.