Índios exigem suspensão de obras em Belo Monte em reunião com governo em Brasília
Diante de eventual impasse, os índios reunidos com integrantes do governo federal em Brasília nesta terça-feira (4) não descartam ocupar novamente o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte (PA). “A gente vai lutar o máximo que puder para tentar impedir a construção”, afirmou o líder Valdenir Munduruku. O encontro, que teve início por volta das 16h, terminou por volta das 19h45 e terminou em impasse. A ideia era reduzir a tensão no canteiro de obras da usina, que havia sido ocupado pelo grupo e foi desocupado hoje.
Os índios exigem a suspensão das obras das usinas de Belo Monte e de Teles Pires e a interrupção dos estudos para construção do complexo das usinas no Tapajós, todas no Estado do Pará.
“O governo quer as usinas, nós não queremos. Eles vão construir do mesmo jeito”, disse Valdenir, acrescentando que as construções causam danos ambientais às regiões onde as usinas estão sendo construídas.
A reunião fazia parte de um acordo para que eles deixassem o local depois de oito dias de ocupação. Os indígenas, que pertencem a seis etnias do Pará e do Mato Grosso, saíram do acampamento hoje para ir a Brasília, mas as obras, interrompidas por razões de segurança, já haviam sido retomadas no sábado. O governo enviou dois aviões da FAB para buscá-los. Eles ficarão em Brasília até amanhã. Anteriormente, os índios já haviam causado a paralisação da construção da usina por oito dias.
Eles argumentam que não houve consulta prévia aos povos indígenas, conforme regulamentado na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Participam do encontro, que acontece em um auditório no Palácio do Planalto, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria da Presidência da República, e integrantes do Ministério Público, da Funai e da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), entre outros.
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