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PM que denunciou ex-ministro do Esporte é aposentado por "invalidez permanente" no DF

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

05/07/2013 12h05

O policial militar João Dias Ferreira, responsável por denúncias que levaram a queda do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, foi aposentado da polícia do Distrito Federal por “invalidez permanente” após realizar uma série de exames que atestaram “incapacidade mental” para continuar realizando as atividades.

A portaria que anuncia a reforma do ex-cabo foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal ontem. De acordo com a portaria, Dias vai receber salário proporcional ao tempo de serviço na polícia. O salário-base para o cargo é de cerca de R$ 4.400.

O cabo (cargo para o qual havia sido promovido quando já estava afastado das atividades policiais, em janeiro de 2012) respondia a dois processos disciplinares dentro da Polícia Militar do Distrito Federal.

Nos últimos anos, o PM se envolveu em algumas confusões. Em 2011, Dias invadiu o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, para devolver R$ 150 mil que, supostamente, haviam sido pelo então secretário de governo Paulo Tadeu.

Na ocasião, Dias foi acusado de agredir uma secretária, mas foi inocentado. Ele, porém, teve de pagar R$ 40 mil de indenização por danos morais a Tadeu. No ano passado, o ex-cabo foi acusado de agredir pessoas em uma marmoraria.

A corregedoria e a assessoria da PM do Distrito Federal foram procuradas para comentar o assunto, mas não foram encontradas.

Denúncias

Dias ficou conhecido nacionalmente por, em 2011, acusar Orlando Silva de receber dinheiro vivo na garagem do Ministério do Esporte em entrevista para a revista "Veja". O dinheiro faria parte do programa Segundo Tempo, que destina verbas a ONGs com o intuito de incentivar a prática esportiva entre jovens.

O ex-policial afirmou que o ministro cobrava 20% das entidades contempladas no programa. O esquema, segundo ele, teria desviado R$ 40 milhões ao longo de oito anos. As denúncias levaram à renúncia do ministro.

Em 2010, a "Folha de S.Paulo" apurou que o policial tinha um patrimônio de três academias de ginástica, um apartamento e carros. Dias chegou a ficar preso pela acusação de desvio de R$ 3,2 milhões em 2011.