Senador do PMDB chama agenda positiva do Congresso de "lorota"
Em discurso no Senado nesta quinta-feira (11), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) classificou como “falsa” a impressão de que o Senado cumpriu “o dever de casa”, aprovando a chamada "agenda positiva", com pautas de interesse popular na chamada agenda positiva proposta pelo presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) e líderes partidários após a onda de protestos que tomou o país em junho.
"É mentira dizer que as coisas estão sendo feitas de maneira correta, com espírito público. É pura lorota", declarou.
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Repetindo protesto feitos nos últimos dias em plenário, o senador lembrou que, em abril, apresentou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 18/2013 para tornar automática a perda de mandato parlamentar nas hipóteses de perda de direitos políticos por improbidade administrativa e de condenação por crime contra a administração pública.
Jarbas disse que chegou a sugerir o nome do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como relator da matéria na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), mas se disse surpreso quando o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), encarregou da relatoria o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM).
Jarbas Vasconcelos disse que procurou os dois, obteve promessas de que a PEC seria pautada, mas nada ocorreu.
"Nenhum dos dois fez nada, em profunda ação desrespeitosa a um colega. Por que não me disseram que a matéria era inconveniente? Agora vêm com essa história de agenda positiva? Isso é pura lorota. Agenda positiva teria de ter essa PEC", declarou Jarbas, prometendo voltar à tribuna até quarta-feira (17), último dia antes do recesso parlamentar, para cobrar urgência na tramitação da PEC 18.
Foro privilegiado
O senador também classificou como “lorota” o fim do foro privilegiado, como estabelece a PEC 10/2013, do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que deve ser apreciada dentro da agenda positiva nos próximos dias.
Segundo Jarbas, o fato de um deputado ou senador ser julgado diante do STF (Supremo Tribunal Federal) poderia ser considerado privilégio há tempos atrás, porque o STF não julgava os crimes de “colarinho branco” e os processos eram “engavetados”. Assim, criou-se a cultura de foro privilegiado na opinião pública, concluiu.
Na visão do senador, “essa história acabou”, com o julgamento do mensalão. Jarbas lembrou que muitos advogados de réus do Mensalão pediram que os processos de políticos sem mandato voltassem para a Justiça comum. Hoje, argumentou o senador, os políticos querem fugir do STF, pois o Supremo resolveu enfrentar os corruptos.
"É uma lorota que o Senado e a Câmara não devem aceitar. O que querem é privilégio, é fugir da lei. É preciso esclarecer a opinião pública", alertou.
Jarbas disse que, a partir do julgamento do mensalão, o STF passou a ser admirado por todo o Brasil e acrescentou que é preciso considerar o Supremo antes e depois do mensalão.
(Com Agência Senado)
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