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Azeredo adia discurso na Câmara sobre mensalão mineiro por motivo de saúde

Eduardo Azeredo, deputado federal pelo PSDB - Divulgação/PSDB
Eduardo Azeredo, deputado federal pelo PSDB Imagem: Divulgação/PSDB

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

11/02/2014 16h21Atualizada em 11/02/2014 16h51

Alegando motivos de saúde, o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) desistiu nesta terça-feira (11) do discurso que faria no plenário da Câmara dos Deputados para se defender das acusações de envolvimento no chamado mensalão mineiro.

“Na semana que vem, eu falo. Não estou me sentindo bem”, afirmou Azeredo. Ele negou, porém, que seja uma estratégia para se poupar. Segundo a assessoria dele, a causa pode ter sido uma crise de hipertensão.

O tucano vai ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro que teriam sido praticados para financiar a sua campanha à reeleição em 1988 ao governo de Minas Gerais, que acabou perdendo.

Azeredo é acusado pelo desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atualizados) do banco estatal Bemge e de empresas públicas.

O deputado diz que não autorizou os repasses que alimentaram o caixa de sua campanha e que, portanto, não pode ser responsabilizado por isso. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Azeredo afirmou ser tão inocente no caso do mensalão mineiro quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é, na opinião dele, no mensalão petista.

"Minha situação é semelhante à do Lula. Ele foi presidente e houve problema no Banco do Brasil. Corretamente, não foi responsabilizado. (...) Eu também não posso ser responsabilizado".

No entanto, para a Procuradoria Geral da República, ele teve "participação direta, efetiva, intensa e decisiva" nos crimes e, "além de beneficiário dos delitos cometidos, também teve papel preponderante em sua prática". Por conta disso, defende pena de 22 anos de prisão para ele.