Polícia do Rio busca imagens de câmeras para investigar morte de Malhães
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (25) que agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense "buscam imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação" dos suspeitos de assassinar o coronel reformado do Exército Paulo Malhães. Com marcas de asfixia, informou a polícia, o corpo da vítima foi encontrado nesta manhã no sítio em que morava, em Nova Iguaçu.
"A perícia de local foi realizada e a mulher da vítima e o caseiro já foram ouvidos. Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. Foram roubados armas da coleção da vítima e computadores. O caseiro será encaminhado para confecção de retrato falado", informou a Polícia Civil, em nota.
Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade em que relatava ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Disse também que foi o encarregado pelo Exército de desenterrar e sumir com o corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971.
De acordo com o relato da viúva Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio de Malhães na noite desta quinta-feira, 24, à procura de armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divisão de Homicídios da Baixada que estiveram na propriedade.
Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às 22h desta quinta-feira, 24, pelos invasores.
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, afirmou ter solicitado ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) que a Polícia Federal acompanhe as investigações sobre o assassinato do coronel. "Por se tratar de uma situação que envolve investigação conduzida pela CNV, que é órgão federal, pedi que a Policia Federal fosse acionada para acompanhar as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio", afirmou.
O presidente da CEV-RJ (Comissão Estadual da Verdade), Wadih Damous, afirmou ser "possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo". Para Damous, o crime tem que ser investigado com rigor.
"Na minha opinião, é possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo. Ele foi um agente importante da repressão política na época da ditadura e era detentor de muitas informações sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela época. É preciso que seja aberta com urgência uma investigação na área federal para apurar os fatos ocorridos no dia de hoje. A investigação da morte do coronel Paulo Malhães precisa ser feita com muito rigor porque tudo a leva a crer que ele foi assassinado", declarou.
A advogada Nadine Borges, que também integra CEV do Rio, afirmou à Folha de S.Paulo ter conversado com uma das filhas do militar. Segundo ela, a mulher do coronel foi amarrada e todas as armas do militar foram roubadas. "A polícia tem que investigar a fundo esse crime. Tudo indica que é uma queima de arquivo", disse ela.
A deputada federal e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, comentou a morte de Malhães.
"Soa estranho que, após essas revelações, o militar tenha sido assassinado. Estou entrando em contato com os ministros Ideli (SDH) e José Eduardo Cardozo (MJustiça) para pedir apoio da Polícia Federal na investigação", escreveu ela em sua página no Twitter.
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