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A dois meses de deixar cargo, governador de Roraima é cassado pelo TRE

Chico Rodrigues, governador de Roraima - Reprodução - 26.out.2014 / Facebook
Chico Rodrigues, governador de Roraima Imagem: Reprodução - 26.out.2014 / Facebook

Do UOL, em Maceió

06/11/2014 13h07

Por três votos a dois, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Roraima decidiu, em sessão na noite dessa quarta-feira (5), cassar o mandato do governador Chico Rodrigues (PSB). Ele, porém, poderá ficar no cargo até que os julgamentos dos recursos, os chamados embargos de declaração.

Como o governador deixa o cargo no primeiro dia de 2015, é possível que ele consiga se manter no poder até o fim do mandato.

Essa não é a primeira vez que Rodrigues tem o mandato cassado em denúncias referentes à eleição de 2010. Em fevereiro de 2011, o mesmo TRE cassou os mandatos do governador José Anchieta (PSDB) e de Chico Rodrigues, que era seu vice. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nove meses depois, reverteu a decisão e manteve-os no cargo.

Em abril de 2014, Anchieta renunciou para se candidatar ao Senado, mas perdeu para Telmário Mota (PDT), 56, ex-vereador de Boa Vista

Segundo a denúncia julgada nesta quarta-feira pelo TRE, Anchieta e Rodrigues tiveram gastos ilegais e abusaram do poder econômico durante a campanha de 2010.

No dia 27 de outubro, Rodrigues teve a reeleição recusada pelos eleitores roraimenses, que elegeram a ex-vice-prefeita de Boa Vista, Suely Campos (PP). A governadora eleita teve de substituir às pressas o marido, Neudo Campos, depois que ele teve a candidatura barrada por ser considerado um "ficha-suja" pela Justiça Eleitoral. Ela entrou na disputa três semanas antes do primeiro turno.

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social de Roraima informou que o governador vai recorrer da decisão com embargos declaratórios, sem deixar o cargo. Ele prometeu “conduzir todas as suas atividades administrativas de forma absolutamente normal até o final do mandato [em 1º de janeiro de 2015]”.

O governador informou ainda que estranhou a decisão de membros do TRE, “haja vista que faltam menos de 60 dias para o término do mandato, o que pode gerar uma instabilidade na população do Estado.”